Como divulgado no Acessa, na última quinta-feira (15), o presidente da Santa Casa de Misericórdia, Renato Loures, foi afastado por tempo indeterminado da função após decisão do juiz Daniel Réche da Motta em deferimento da solicitação feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Segundo consta no processo do MPMG, Renato teria contratado as empresas da própria filha e também do genro, para executarem os serviços de arquitetura do hospital.
Ainda de acordo com o MPMG, as empresas contratadas IMMA Desenhos de Arquitetura Ltda e a empresa Imaginal Arquitetura e Urbanismo, que tem como proprietários, Moema Falci Loures, filha do diretor afastado e também o genro, Fábio Gonçalves Cardoso foram contratadas sem a realização de cotações e oportunidades para outras empresas.
A reportagem entrou em contato com a Santa Casa questionando a contratação das empresas sem as cotações, porém, em nota o hospital respondeu apenas que "realmente existe uma denúncia no Ministério Público que está sendo investigada e que está acompanhando, contribuindo e aguardando as apurações e que a Santa Casa também é vítima da situação".
Favorecimento aos parentes
Segundo o MPMG, o favorecimento aos parentes foi provado documentalmente, pois eram empresas recém constituídas e não possuíam, expertise ou formação em arquitetura hospitalar, quando foram contratadas.
A prova foi feita inclusive com a confirmação, confessada em depoimento dos envolvidos, de que não foram feitas cotações de preços prévia à contratação.
O Portal tentou contato com as empresas citadas, mas os telefones disponíveis estavam desligados.
Valores contratados
As contratações direcionadas à filha e ao genro de Renato Loures somam um total de R$1.447.805, que atualizados com a correção monetária e juros legais, resulta em R$3.177.650,68, isso com a referência de março deste ano.
Além do valor do mencionado acima pela reportagem, a Santa Casa de Misericórdia também firmou um contrato aditivo no valor de R$7 mil mensais com as mesmas empresas para fiscalizações das obras já finalizadas, e que até março deste ano já somavam R$875 mil.
De acordo com o MPMG, nenhuma justificativa técnica se pode encontrar para a contratação de obras finalizadas.
Outros desvios também são relacionados no processo, valores ultrapassam R$8 milhões.
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