Juiz de Fora caiu para 107° no Ranking de Competitividade dos Municípios, um estudo detalhado de 410 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes, com base no Censo Demográfico de 2022. A análise divulgada em 2023 pelo Centro de Liderança Pública (CLP), que considera dados do ano passado, mostra que a cidade mineira caiu 12 posições em relação ao estudo anterior.
O ranking é baseado em 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública das cidades brasileiras. São definidos três parâmetros: instituições, sociedade e economia.
No ranking geral de Minas Gerais, Juiz de Fora está na 14°, atrás de cidades como Barbacena, Poços de Caldas, Belo Horizonte, Ipatinga, Uberlândia e Belo Horizonte.
É a quarta edição do Ranking realizada pelo CLP.
Pesquisa detalhada
Na avaliação que envolve qualidade da educação, acesso à saúde, qualidade da saúde, inserção econômica, inovação e dinamismo econômico, sustentabilidade fiscal e segurança, Juiz de Fora apresentou queda nas posições em relação ao estudo anterior.
Já nos indicadores como capital humano, telecomunicações, meio ambiente, acesso à educação e saneamento, a cidade subiu posições em comparação ao estudo anterior.
As maiores quedas registradas pelo município são nas áreas de qualidade de educação e qualidade de saúde. Na área da educação, a pesquisa considerou os dados municipais no desempenho do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino fundamental anos iniciais e finais, e do ensino médio.
Também com queda significativa da cidade na pesquisa, a qualidade da saúde considerou dados de desnutrição na infância, mortalidade materna, mortalidade por causas evitáveis e obesidade na infância; apenas no quesito mortalidade na infância o município cresceu nos índices.
Os dois setores que Juiz de Fora apresentou maior crescimento foram telecomunicações e saneamento. O primeiro se destacou pelo acesso à banda larga e de telefonia móvel. Já na área de saneamento, os pontos positivos foram cobertura da coleta de esgoto, no abastecimento de água e perdas na distribuição de água.
Funcionamento da máquina pública
Juiz de Fora subiu oito posições no quesito funcionamento da máquina pública e agora ocupa a 3° posição considerando os municípios brasileiros analisados neste estudo. A cidade ficou atrás apenas de Vitória e Londrina.
De acordo com o CLP, uma máquina pública que seja eficiente, eficaz, funcione de forma transparente, com custo adequado, e que seja composta por um corpo de servidores qualificados capaz de identificar oportunidades e resolver problemas é decisivo para a melhoria da competitividade municipal.
"Os dados utilizados para a construção dos indicadores deste pilar nesta edição são relativos ao ano de 2020, 2021 ou 2022. Portanto, parcela dos resultados do pilar nesta edição pode refletir eventuais efeitos colaterais da pandemia do novo coronavírus sobre a realidade dos municípios em estudo", ressaltou o CLP.
A pesquisa ressalta ainda que, "do ponto de vista da competitividade, o pilar busca mensurar o tamanho dos custos de transação no município e a capacidade de o município identificar seus problemas e corrigi-los. A ineficiência da burocracia pública reduz a produtividade da economia ao prejudicar a construção de um bom ambiente de negócios: a atividade econômica requer um ecossistema positivo ao investimento e à inovação. Quando as instituições governamentais reduzem o custo da transação econômica, a energia dos agentes econômicos se volta para tarefas que reforçam o dinamismo da economia".