Após 8 anos de serviço em Juiz de Fora e região, apoio em mais de 1.500 ações e achar mais de R$ 1 milhão em um fundo falso, o cão Airon Lieudegarde vai se aposentar no próximo mês. Perto de completar 10 anos, Airon ficará com o sargento Vitor Coelho, que o treinou desde que ele era filhote.
Airon foi escolhido ainda filhote para trabalhar na Rondas Ostensivas com Cães (ROOCA) da 4ª Companhia Independente de Policiamento (4ª CIA PM Ind PE) e com pouco tempo de treinamento ele já demonstrou aptidão e evoluiu de forma fácil.
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Em 2022, inclusive, ele recebeu um certificado de reconhecimento do 4° Grupo de Artilharia de Campanha Leve de Montanha, “Grupo Marquês de Barbacena”.
Ele ficou com o sargento Vitor com poucos dias de vida e logo demonstrou coragem, relação boa com outros cães e não demonstrava medo. O que, segundo Vitor, são características procuradas para cachorros policiais.
O sargento explicou que a bolinha é uma forma de recompensa quando o animal acha o odor que ele foi treinado, pois é feita uma associação de odor/recompensa.
“Ele gostava muito de bolinha. E o cachorro muito interessado na bolinha é nosso objetivo, por causa da compensação ao localizar um determinado odor. Eu posso treinar o cão para localizar qualquer coisa, por exemplo, células cancerígenas. Caso localize, ele mostra através de uma indicação (senta, deita, raspa, late, etc.) e aí ele é recompensado. Mas o foco do cão é a recompensa, localizar o odor é o que lhe proporciona ela. Cães fazem detecção de arma, drogas, explosivos, cadáveres, pessoas, dinheiro e até mesmo são capazes de indicar em uma amostra de urina células cancerígenas”, disse.
Trabalho
Os cães na Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) se aposentam a partir dos 8 anos, mas podem ficar até os 10; idade que Airon completará em março de 2024. A aposentaria do cachorro nessa idade se dá pela produção, quando ocorrem limitações.
Mas Airon superou as expectativas e vai se aposentar aos 9 anos, porque nunca perdeu a vontade de trabalhar e não demonstrar dificuldades. "Ele realmente é acima da média", elogiou Vitor, todo orgulhoso.
Sempre superando as expectativas nos treinamentos, Airon ganhou a confiança do canil e da tropa da PM e bem jovem já começou a trabalhar nas ruas de Juiz de Fora.
"Em 12 anos de canil eu nunca trabalhei com um cachorro assim, ele é muito acima da média, com uma capacidade olfativa e da posição de trabalho. Ao ponto da gente até hoje chegar na nas ocorrências e as pessoas perguntam se é ele que vai atender, se é ele que vai vai fazer a busca, contou Vitor.
Além de ações em Juiz de Fora, Airon presta apoio à PM em outras operações nas cidades da região. Inclusive foi essencial em uma ação com a Polícia Rodoviária Federal, quando ajudou a localizar R$ 1.2 milhão em um fundo falso de um carro.
Airon também ajudou a encontrar diversos quilos de drogas escondidas em locais como árvores e também enterradas. "A gente recebia denúncia e ele chegava e localizava as drogas. E eram ocorrências absurdas, da gente não acreditar no nível de trabalho dele. Sempre surpreendendo a gente de forma positiva", afirmou o sargento.
"Uma característica que foi marcando a carreira dele era o fato dele trabalhar com qualquer pessoa. As pessoas sempre diziam que comigo era diferente, pelo fato de o ter treinado, mas mesmo trabalhando, por exemplo, 70% da capacidade total com outros militares já era o bastante para fazer a diferença", completou.
Aposentadoria
Depois de tantos anos de serviços prestados à comunidade (e foram muitos!), Airon receberá a merecedora aposentadoria. A partir de dezembro, ele irá morar com a pessoa que cuidou dele desde filhote: o sargento Vitor.
Airon é esperado pela família do sargento, mas, principalmente pelas duas irmãs peludas: Mel, de 7 anos, e Estopinha de 5. Vitor garante que todos estão ansiosos pela chegada definitiva do já conhecido, mas não oficializado, membro da família.
"A minha família sempre soube e quis q esse dia chegasse, ele tem um papel muito importante na minha vida profissional, uma benção, e eles sabem disso", afirmou.
Vitor sabe que tantos anos de serviços prestados, e com louvor e alegria, não serão fáceis de deixar para trás. Por isso já planeja ações parecidas para realizar com Airon, mas nada de procurar drogas ou dinheiro.
"Eu tenho certeza que ele vai sentir falta das operações e passeios de viatura, mas eu vou proporcionar atividades a ele como passear de carro [uma Veraneio modelo das que eram viaturas no passado], vai ser legal", finaliza.
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