Os ventos atingiram 69km/h por volta das 15h35 no Centro de Juiz de Fora, quando a chuva começou na tarde desta quinta-feira (16) em Juiz de Fora, de acordo com a Defesa Civil. O termômetro do Parque Halfeld indicava a temperatura de 35 graus. Comerciantes que estavam com barracas e carrinhos recolheram seus veículos e objetos aos primeiros sinais da tempestade. Entre as 15h20 e as 16h20 choveu 33,58mm no Bairro Santa Efigênia, que foi a localidade que registrou o maior volume de precipitação no período, ponto onde também foi registrada a ocorrência de granizo. 

FOTO: Reprodução Internet - No Bairro Milho Branco, uma piscina de plástico ficou presa em um poste

Até o momento, a Defesa Civil atendeu a onze chamados. Destelhamentos parciais nos bairros:  Ipiranga, Santa Rita,  Borboleta, Bairu, Santa Luzia. Houve ainda destelhamento total também no Santa Luzia e no Bairu, quedas de árvores nos bairros Santa Cecília, e Arco Íris. No Bairro Milho Branco, na Zona Norte, os ventos levaram uma piscina de plástico que ficou presa a um poste de energia. 


FOTO: Reprodução Internet/Ronaldo Chefão - Imóvel ficou destelhado no Bairro Santa Rita

Faltou energia em bairros da Zona Sul, como Santa Efigênia e Cruzeiro do Sul. Em nota, a Cemig informou que houve interrupção de energia em pontos da cidade. Em razão dos ventos, conforme a companhia, objetos, telhas e galhos de árvores foram arremessados contra os fios da rede elétrica, causando o desligamento do sistema de energia em algumas localidades." Equipes da Cemig estão nas ruas atuando no restabelecimento da energia no menor tempo possível para os clientes afetados."

O Corpo de Bombeiros atende a seis chamados de quedas de árvore no território do município, nos bairros Graminha, Progresso, Aeroporto, São Pedro, Santa Cecília, Sagrado Coração de Jesus e Jardim Natal. 

Chuvas para o fim de semana 

Com temperaturas que alcançaram os 40 graus na Zona da Mata, a onda de calor que atingiu a região desde a última semana, está prevista para terminar neste sábado (18).  Segundo o professor de Geografia e idealizador da Página Tempo e Clima JF, Renan Tristão, é a maior onda de calor registrada em duração e, talvez, venha s e tornar mais intensa. também, com picos de calor. "Por enquanto, a gente teve 34,6 graus  no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e essa é a maior temperatura já registrada para o mês de novembro. E faltou pouco para chegar no recorde absoluto". 

Até o sábado (18), aumentam as chances de tempestades em áreas mais abrangentes. Em especial, no domingo (19), marcando o fim da onda de calor. Sobre os ventos, o professor afirma que é normal a ocorrência. "Imagina o gradiente térmico que se forma entre o local que está sendo atingido por um temporal isolado, como hoje e as áreas ao redor que ainda estão superaquecidas com o sol da tarde. Então, com essa chuva, a  temperatura caiu para 21, 22 graus, mas nas áreas ao redor continuam superaquecidas. Essa diferença de temperatura também gera uma diferença de pressão atmosférica muito grande, aumentando, potencializando os ventos que a tempestade produz."

O fim da onda, porém, não significa que vai haver queda significativa da temperatura. "As temperaturas vão abaixar, vai ficar menos quente, bem menos quente. Mas não vai ter nenhum frio por trás, não. Pelo menos, não com os dados que temos até aqui." 

Sobre as consequências das mudanças climáticas, que acarretam na ocorrência mais frequente deste tipo de onda, Renan destaca que a tendência é a de que essas ocorrências se tornem comuns. " Os cientistas dizem que um dos principais efeitos do aquecimento global, das mudanças climáticas em curso, é a frequência desse tipo de onda de calor. Então, uma onda de calor como a gente está enfrentando, numa situação normal, ela estaria acontecendo de 30 em 30 anos, de 40 em 40 anos, quer dizer, uma frequência bem rara.  Só que com as mudanças climáticas, esse tipo de evento se torna cada vez mais comum", afirma.

Ele exemplifica com as ocorrências dos últimos anos. "Em 2012, nós tivemos uma forte onda de calor aqui em Juiz de Fora. Em 2014, tivemos outra forte onda de calor. Em 2015, tivemos outra. Em 2020, outra. E agora, em 2023, novamente, talvez vindo a ser a mais forte da história. E se você pega os dados de 1940, 1950, 1960, a periodicidade desses eventos era bem maior. Precisava de um período de tempo mais longo para se repetir. E o que está acontecendo agora é que está encurtando cada vez mais a ocorrência entre um e outro. Então, essa é uma das principais evidências do aquecimento global também." 

 

 

Divulgação Corpo de Bombeiros - Corporação receber vários chamados de quedas de árvores

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