O subsídio médio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) por cada passagem do transporte público é de R$ 1,64. A informação foi dada nessa segunda-feira (23) pelo Executivo e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ao apresentar os resultados do estudo de remodelação do transporte coletivo urbano.
O trabalho foi desenvolvido pelo corpo técnico da UFJF e foi apresentado pelos professores doutores autores do estudo: Priscila Capriles, Mateus Costa e Leonardo Goliatt, e também pela prefeita Margarida Salomão (PT).
Segundo Margarida, com o subsídio da PJF é possível manter o preço da passagem a R$ 3,75. Ela ressaltou ainda que o Executivo acompanha mensalmente e de forma mais eficiente essa variação de custos, com base nas notas fiscais. Anteriormente isso era feito por e-mail. Margarida ressalta ainda que esses gastos serão disponibilizados no Portal da Transparência, mas não informou quando.
“O estudo nos apresentou um sistema de controle financeiro, garantindo elementos precisos para o pagamento acurado do subsídio da passagem e outro para a gestão operacional on-line do sistema, com dados constantemente atualizados. Um avanço imenso que só foi possível porque temos uma Universidade Federal em Juiz de Fora, com corpo docente extremamente qualificado”, afirmou.
O projeto
O corpo técnico da UFJF visitou as empresas responsáveis pela prestação de serviços para desenvolver o projeto, além de entrevistar funcionários, como mecânicos e motoristas.
A Prefeitura afirmou que foram feitas reuniões com os servidores da PJF e também com representantes de associações de bairro para entender a realidade operacional, as necessidades e os anseios de melhorias.
De acordo com o professor Mateus Costa, a planilha de cálculo da tarifa do transporte coletivo havia sido desenvolvida na década de 70, com licitação realizada em 2016, e a apuração dos custos era feita de forma manual, apenas uma vez por ano.
“Agora, já estamos realizando a rotina mensal de apuração de custo, com um sistema que envolve notas fiscais eletrônicas, o que garante maior controle do sistema”, exemplificou.
O projeto desenvolveu um sistema que visa auxiliar no melhor planejamento da mobilidade urbana, na melhoria da eficiência, nos serviços prestados de forma consistente e uniforme, além de facilitar a comunicação entre os operadores.
“Hoje conseguimos ter uma geolocalização de cada um dos 5.472 pontos de ônibus da cidade, conseguimos entender topografia da cidade para saber a quilometragem real percorrida, já que a topografia da cidade é muito acidentada. Com dados como este, o sistema gera novas rotas e quadros de horários de forma automática, considerando os pontos da topografia e a velocidade que os ônibus conseguem de fato circular em cada horário, no pico e entre picos e de acordo com o tipo de via. Assim, o quadro de horários pode ser ajustado mais adequadamente com a realidade", explicou Mateus.
O sistema permite, segundo a professora Priscila Capriles, que a PJF possa, por exemplo, fazer uma análise para que os pontos de ônibus localizados de modo que uma pessoa adulta leve, em média, até no máximo cinco minutos caminhando entre um ponto de ônibus e outro, tempo esse que considera também a topografia do terreno entre outros fatores, como, por exemplo, a existência de uma passagem de nível.
A criação do sistema deu preferência ao uso de códigos abertos para que a administração pública possa aprimorá-los ao passar dos anos.
As inovações incluem o desenvolvimento de três ferramentas computacionais para gestão de dados e informação, sendo uma para gerenciamento financeiro, outra para gerenciamento do transporte coletivo por ônibus e um site, este de acesso público, com quadros atualizados de horários e rotas.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!