Os servidores públicos municipais de Juiz de Fora decidiram, em assembleia na noite dessa quarta-feira (27), que continuarão em greve. Durante a tarde, em uma audiência pública na Câmara Municipal, a Prefeitura anunciou que encaminharia, ainda nessa quarta, um projeto de lei reajustando os salários em 4,62%, porcentagem referente ao apurado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023.
A greve começou no último dia 20 de março.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu JF), o reajuste proposto pela PJF, por meio do secretário municipal de Recursos Humanos, Rogério Freitas, apresenta um aumento no limite no salário base para o recebimento do ticket alimentação, de R$ 5.000 para R$ 5.050 - o que representa uma atualização do poder de compra dos salários, acompanhando a inflação apurada no ano passado, porém sem ganho real.
A proposta dos servidores, aprovada em assembleia, quer um IPCA com ganho real de 10% e ticket alimentação de R$ 600, para todos.
“Em reunião prévia, pela tarde, a Administração Municipal tinha garantido o abono dos dias parados e a flexibilização nos prazos dos atestados, de acordo com a legislação que rege doenças específicas”, disse o diretor financeiro do Sinserpu JF e integrante da Comissão de Greve, Vanilson Gomes.
Ainda nessa quarta, o Sinserpu informou que a Comissão de Greve iria se reunir ainda à noite para definir as próximas ações do movimento. Não há informações sobre essa reunião.
Audiência pública
Segundo a Câmara, a audiência foi proposta pelo vereador Sargento Mello Casal (PL), que questionou o não comparecimento de representantes das Secretarias de Educação e Governo, ambas as pastas convocadas para comparecer à Audiência Pública.
O Casa explicou que a legislação eleitoral permite que os salários do funcionalismo sofram atualização até o dia 6 de abril, ou seja, 180 dias antes do primeiro turno das eleições municipais. Por isso, a próxima semana é considerada a data limite da negociação.
O secretário de Recursos Humanos, Rogério de Freitas, defendeu que as contas da PJF estão em ordem e que as instituições financeiras darão crédito ao Município caso considerem que a situação fiscal é saudável.
O vereador Maurício Delgado (União) lamentou o posicionamento da PJF, exemplificando que em outros municípios o reajuste chegou a 8%, exemplo de Uberaba, seguido por Barbacena, com 7% de reajuste, Belo Horizonte, com 5,92%, entre outros. O vereador Juraci Scheffer (PT) lembrou que o foco deve ser o debate técnico sobre as possibilidades reais de reajuste, de acordo com as contas públicas.
De acordo com o Sinserpu JF, os vereadores “garantiram presença em possíveis sessões extraordinárias, convocadas para esse fim, já que termina nesta quarta-feira (27 de março) o período de reuniões ordinárias e mensais da Câmara”.
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greve | Servidores
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