Familiares de detentos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (CERESP) de Juiz de Fora denunciam uma série de irregularidades na unidade. Entre os principais relatos estão a ausência de água potável por longos períodos, problemas na alimentação fornecida aos presos, obstáculos na entrada de itens autorizados e retenções de cartas e fotos enviadas pelas famílias.

As denúncias descrevem que os presos teriam passado dias sem acesso à água, inclusive para necessidades básicas de higiene. De acordo com familiares, o abastecimento seria liberado apenas em horários de visita, retornando à interrupção após a saída dos visitantes.

Outro ponto citado é a alimentação. Familiares afirmam que marmitas são entregues em condições precárias e, em um dos casos relatados, teria sido encontrado um caco de vidro dentro de uma das refeições no momento de visita.

Também há queixas sobre a entrada de alimentos autorizados no regulamento da unidade, como biscoitos e bebidas. Segundo os relatos, itens permitidos são frequentemente barrados nas inspeções. Além disso, cartas e fotografias enviadas aos presos estariam sendo retidas, sem justificativa clara ou devolução imediata aos remetentes.

Resposta da SEJUSP

Procurada, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP) informou que as denúncias não procedem.

Sobre o abastecimento de água, a Secretaria confirmou apenas uma interrupção pontual na sexta-feira (28), alegando que o fornecimento teria sido restabelecido ainda na mesma data.

Em relação à entrada de alimentos, a SEJUSP afirma que não houve retenção de itens autorizados pela direção da unidade. A secretaria também negou a ocorrência de cacos de vidro em marmitas e ressaltou que a empresa responsável pelo fornecimento de refeições passa por inspeções rotineiras.

Quanto às cartas, a SEJUSP informou que todo o material enviado aos detentos passa por revista e que eventuais atrasos ocorrem por procedimentos de segurança. Cartas com irregularidades, como tentativas de envio de itens ou mensagens proibidas, são devolvidas ao remetente.

Sobre as revistas corporais, a pasta destacou que, quando há detecção de anomalias no escâner, o visitante é orientado a aguardar para uma segunda inspeção. Caso a suspeita permaneça, o procedimento segue para revista superficial, “sem exposição vexatória e em local adequado”.

A SEJUSP também destacou que o CERESP de Juiz de Fora passa por inspeções regulares da Vara de Execuções Criminais, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho da Comunidade, além de recente vistoria do Conselho Penitenciário de Minas Gerais.

Sejusp - Familiares denunciam falta de água, falhas na alimentação e retenção de cartas no CERESP de Juiz de Fora

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