? verdade que de alguns anos para c? a idealiza??o do trote vem se tornando mais socialmente engajada o que torna cada vez mais raras brincadeiras sem cunho solid?rio. Em tempos de Fome Zero e da onda de consci?ncia social, Centros e Diret?rios Acad?micos (C.A. e D.A.), Empresas Juniores e estudantes dos diversos cursos da UFJF fazem da chegada dos novos alunos de cidadania.
Alternativa, de acordo com a reitora da UFJF, Margarida Salom?o, mais desejada, considerando-se a inser??o desses estudantes numa institui??o p?blica, preocupada com o perfil e a forma??o social como um todo.
Mesmo com toda a solidariedade, as brincadeiras que incluem a violeta e tinta guache e, at? mesmo, cera de depila??o n?o s?o deixadas de lado. Com parte da cocha depilada, o aluno novato da Faculdade de Medicina, Alan Almeida Magalh?es, 28 anos, condena a arrecada??o de dinheiro nas ruas para as festas. "Isso n?o condiz com nossa atual realidade. Se queremos festa, vamos fazer uma vaquinha. Cheguei a ouvir de uma senhora que se o dinheiro era para fazer churrasco que eu pedisse ao meu pai e minha m?e. E ela tem raz?o". |
Contrariado, o aluno confessa estar participando do trote para "n?o tomar antipatia dos outros colegas de classe e dos veteranos". Com receio de ser exclu?do do grupo, Alan conta que muitos alunos tiveram que fazer gargarejo com violeta e aceitar que fosse jogada cola dentro de suas roupas que tamb?m foram rasgadas. Segundo o estudante, as campanhas voltadas para atender o p?blico s?o a ?nica atitude louv?vel do trote. "? o m?nimo de retorno que podemos oferecer para quem, no fundo, est? 'bancando' nossos estudos numa universidade p?blica".
Breno Lu?s Pitangui Faria, 19 anos, e Hamilton de Andrade Fernandes, 17 anos, tamb?m n?o andam muito satisfeitos com a recep??o. A insatisfa??o ? tanta que Hamilton confessa que "n?o sabe se vai revidar a humilha??o em seus calouros".
A veterana, Maria Luisa Leite Santos, tenta se defender, explicando."Em rela??o aos trotes passados, j? houve um avan?o. Hoje a gente doa alimentos, promove campanhas de esclarecimento junto ao p?blico, almo?o de confraterniza??o".
Essas e outras justificativas n?o convenceram um aluno que no primeiro dia reagiu de forma violenta ao trote, como contam os alunos do 2? per?odo, Emmerson Badar? e Renato Lucas. "Segunda-feira ele ficou nervoso, mas hoje ele esta a?, pedindo dinheiro numa boa", explicam.
Se por um lado, uns andam inconsol?veis, h? quem esteja comemorando, e muito. ? o caso da caloura Juliana Souza da Silva, 19 anos, que, junto com seus pais, J?lio Maria e Sueli F?tima Silva, forma coro dizendo que as brincadeiras fazem parte da comemora??o. "A sujeira sai com ?gua depois", diverte-se o pai. Pedro Vilela, 21 anos, outro novato, completa, "o trote n?o est? t?o violento assim".
Embate de opini?es ? parte, o que o p?blico do Cal?ad?o da Rua Halfeld
aprovou foi a campanha de conscientiza??o promovida pelos alunos da
Faculdade de Medicina. Enquanto conferia a press?o, o advogado Fernando
Grippi, elogiava. "Iniciativas como essa s?o muito boas, excelentes. As
pessoas precisam entender a import?ncia da sa?de preventiva". Outro que procurou os alunos da Medicina para esclarecer algumas d?vidas e aprovou a id?ia foi o aposentado Expedito dos Santos. "Eventos como esse de conscientiza??o e orienta??o deveria acontecer durante o ano todo". |
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"H? quatro trotes a faculdade vem tentando mudar a filosofia do trote
tradicional", explica o coordenador geral do D.A. da Medicina, Francisco de
Assis Alves, 10? per?odo. O estudante conta que, para este per?odo, foram
organizados arrecada??o de alimentos, aferi??o de press?o arterial e
distribui??o de material informativo no Cal?ad?o e cerca de 50 alunos doaram
sangue para o Hemocentro de Juiz de Fora. A recep??o aos novatos promovida por alunos, D.A. e pela pr?pria Faculdade de Medicina ainda incluiu um ciclo de palestras sobre a crise do Sistema ?nico de Sa?de e sobre o conceito da sa?de de forma ampliada, completa Francisco. |
A Faculdade de Direito n?o ficou para tr?s. N?o parava de chegar gente ao stand da faculdade em que os alunos ofereciam orienta??o jur?dica. Segundo estudante do 7? per?odo, S?lvia da Costa Pinto Ribeiro, as d?vidas mais freq?entes referiam-se a aposentadoria, direito do consumidor e de fam?lia, como por exemplo, pedido de pens?o e separa??o. Al?m da orienta??o, os alunos tamb?m arrecadaram alimentos para serem doados.
Praticamente todos os cursos aderiram ao trote solid?rio como uma alternativa de integra??o entre calouros e veteranos de todos os per?odos.
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