Imóveis comprados na planta podem ter valorização de até 70% durante a obraCom o mercado imobiliário aquecido, compras de lançamentos têm se tornado cada vez mais comuns e vantajosas

Victor Machado
*Colaboração
25/4/2011
Prédio em construção

O mercado imobiliário aquecido aumentou o número de lançamentos de imóveis, e a compra deles ainda na planta tem se tornado uma alternativa cada vez melhor. Segundo o delegado do Conselho Regional dos Corretores de imóveis de Juiz de Fora (Creci/MG), Ronaldo Tomaz, essa prática possibilita programar os gastos e adquirir o imóvel ideal, além de ganhar com uma valorização de até 70%.

De acordo com Tomaz, o imóvel é comprado no valor do mercado da época e parcelado ao longo da obra. No entanto, ao longo desse período, a valorização supera o valor da compra. "O reajuste das parcelas ao longo da obra é de acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), que está girando em torno de 5% a 6%. O imóvel pode ter uma valorização de 70%. Um exemplo é um apartamento no Estrela de Sul, de dois quartos, comprado por R$ 140 mil e que, após o término da obra, valia R$ 250 mil."

Tomaz explica que essa prática tem se tornado comum, por causa das facilidades encontradas no mercado. "Além de estar aquecido, o mercado está criando facilidades para os compradores. Com o crescimento dos lançamentos, essa prática tem se tornado mais comum. Através da compra na planta, é possível encontrar imóveis na localização e condições ideais."

O corretor aponta a facilidade nas condições de pagamento. Segundo ele, hoje em dia, é possível comprar um imóvel com um sinal pequeno. "Já existe sinal de R$ 10 mil a R$ 40 mil e o restante dividido em parcelas. Com isso, o comprador consegue programar o pagamento ao longo da obra e não se complicar." Tomaz afirma que a única desvantagem é o cliente não poder ocupar o imóvel no ato da compra.

Segundo Tomaz, não existe um perfil de compradores de imóveis na planta. "Hoje em dia a procura maior está em imóveis de até R$ 250 mil e, normalmente, são pessoas que desejam comprar em algum lugar específico. Temos muitos casos de estudantes que chegam a Juiz de Fora e percebem que é melhor comprar do que alugar. O preço da prestação é semelhante ao do aluguel e ele ainda vai ser proprietário do imóvel, que terá valorização."

Os bairros São Mateus, Alto dos Passos, Bom Pastor, Granbery e São Pedro (ver mapas) são os apontados como os que possuem mais lançamentos. "Existe obra em todas as regiões, mas essas são as principais. O bairro São Pedro tem tido muitas construções."

Cuidados

Apesar de ser um negócio atraente, Tomaz alerta que é necessária preocupação no ato da compra. Segundo ele, é preciso conferir se a planta do imóvel e o acabamento estão registrados em cartório, para que não haja mudanças no projeto. Além disso, o consumidor deve estar atento à incorporação da planta. "Imóveis na planta só podem ser vendidos se tiverem incorporação imobiliária. Através dela existe comprometimento da construção."

Também é preciso ter cuidado com os registros dos profissionais envolvidos na compra. Tanto o corretor quanto a imobiliária devem ser cadastrados no Creci. "Com o mercado aquecido, existem muitas pessoas se passando por corretores ou se aventurando em construir prédios."

Com esses cuidados, é possível evitar preocupações durante e depois da obra. Tomaz comenta que em casos de atrasos, por exemplo, é possível que os compradores do imóvel se unam para pedir a saída da construtora da obra. "Obviamente que existem todos os trâmites legais, mas pode acontecer." No entanto, ele aponta que há alguns atrasos que já são previstos na obra. "Períodos longos de chuvas e a falta de profissionais podem causar paralisações. Infelizmente, a falta de profissionais tem atingido bastante."

Documentação

De acordo com o corretor, não existe diferenças na documentação necessária para a compra de imóveis na planta, em relação aos que já estão prontos. Tomaz comenta que o comprador gasta em torno de 4% a 5% do valor do imóvel com documentos. "Em um apartamento de R$ 200 mil, os gastos com documento devem chegar R$ 7 mil a R$ 8 mil." Segundo ele, já existem bancos que disponibilizam financiamento desse valor.

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken