Delegados definem paralisações para reivindicar melhorias na carreira
Repórter
Delegados de Polícia Civil de Minas Gerais decidiram paralisar as atividades para reivindicar melhores condições salariais em três dias de abril e maio. As interrupções serão de 4, 8 e 12 horas, respectivamente nos dias 23 de abril, 30 de abril e 7 de maio. A decisão foi tomada pela Assembleia Geral realizada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais - (Sindepominas), de Belo Horizonte, realizada na semana passada.
O objetivo das paralisações é pressionar o governo estadual a implementar uma política remuneratória que iguale os vencimentos dos Delegados de Polícia Civil com o dos Defensores Públicos, já que as duas classes fazem parte das carreiras jurídicas de Estado. "Não temos nada contra eles ganharem, é legítimo. Mas são carreiras de estado e a diferença salarial é absurda. Nós entendemos que as falas do governo a respeito de arrecadação já não mais se justificam. Estamos vendo outras carreiras chegando a outros patamares e nós queremos propor uma igualdade", explica o presidente do Sindepominas, Marco Antônio de Paula Assis.
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O delegado explica que o princípio da paralisação é conscientizar sobre a importância do ofício. "Essa paralisação é temporária, atingirá todo o estado, mas não vai afetar a oferta de serviços à população. Todos os delegados estarão no local de trabalho, informando à população a natureza da reivindicação e informando sobre a importância do delegado de policia na vida da população", afirma.
De acordo com o sindicato, Minas Gerais tem atualmente menos de mil delegados na ativa. Assis reivindica ainda condições relacionadas ao poder dos delegados durante os processos de investigação. "A atual Constituição nos tirou dois mecanismos de trabalho: a emissão do mandado de busca e apreensão e a prisão temporária. São meios que existem apenas para investigação, não servem para outra coisa. Só se presta para isso. Se o delegado é quem investiga, porque foi entregue para o juiz, que não investiga? O juiz tem a função de julgar, não pode se envolver no período de investigação. A Constituição errou no quesito da segurança, foi feita com raiva, olhando para o passado. É por isso que a segurança pública está o caos", conclui.
Polícia Civil diz que acompanha movimentação
Em nota, assessoria de comunicação da Polícia Civil informa que acompanha a movimentação do sindicato e respeita as reivindicações.
A chefia da Polícia Civil acompanha com interesse toda e qualquer mobilização em cada uma das carreiras policiais. No caso dos delegados, a instituição respeita as reivindicações apresentadas e mantém permanentemente aberto o diálogo, na busca do entendimento que possibilite à Polícia Civil o pleno cumprimento da sua missão de atender bem à sociedade mineira.
Calendário das Paralisações
23 de abril de 2014 – 4 horas – de 14 às 18h;
30 de abril de 2014 – 8 horas – de 10 às 18h;
07 de maio de 2014 – 12 horas – de 8 às 20h;
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