O Minas Láctea retomou na noite dessa terça-feira (12) a realização presencial do encontro que reúne cinco eventos: o 35º Congresso Nacional de Laticínios, 46ª Expomaq/ 46ª Expolac, 45º Concurso Nacional de Produtos Lácteos e a 41ª Semana do Laticinista. A iniciativa contou com a presença do governador Romeu Zema, da prefeita Margarida Salomão e do embaixador da Nigéria, Muhammad Makarfi Ahmad.
Durante a solenidade de abertura do Minas Láctea, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, ressaltou que mais de 15 mil pessoas devem passar pelo evento até a quinta-feira (14). A expectativa é a de que sejam movimentados R$ 200 milhões em negócios dentro do encontro e cerca de 200 empregos indiretos sejam gerados.
O secretário destacou que o Estado busca concentrar esforços na desburocratização dos processos, facilitando a vida de quem produz para gerar renda e emprego. “Os entraves de natureza ambiental, fiscal, sanitária, e trabalhistas são alvos de trabalho para as nossas equipes, que precisam alinhar tudo para gerar resultado.” Entre as realizações citadas por Thales está o projeto Queijo Minas Legal, realizado em parceria com o Ministério Público, que se dedica a tirar mais de 750 pequenos produtores da informalidade, atendendo a mais de 150 municípios.
A diretora-presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária em Minas Gerais (Epamig), Nilda Soares, ressaltou que apesar de todas as dificuldades provocadas pela pandemia, avanços como a criação de dois novos cursos de nível superior- Tecnólogo em Laticínios e Tecnólogo em Agropecuária de Precisão- devem ser celebrados. Nilda reverenciou os 87 anos de pioneirismo do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) e posicionou a importância que a instituição tem para a América Latina. Além de reconhecer a importância dos produtores, que mantiveram a produção para abastecer todo o país e parte do mundo, durante o estado de emergência pandêmico. “São a vocês, agricultores e empresários que, como diz o ditado mineiro, não deixaram a peteca cair, que deixamos nosso maior agradecimento. Com toda a adversidade, vocês conseguiram fazer com que a nossa produção não parasse.”
Nilda fez dois pedidos direcionados ao Poder Público, o primeiro é a aprovação do Projeto de Lei para que seja realizado um concurso para a seleção de servidores para os quadros da Epamig e o segundo é a destinação de 10% do que recurso proveniente da arrecadação estadual, que é destinado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para que a empresa de pesquisa tenha condições de investir mais na realização de pesquisas na área.
Em termos de investimento, segundo o secretário Thales Fernandes, ainda destacou o investimento recente de R$355 mil no setor de lácteos da Epamig, com mais R$1,8 milhão dedicado à pesquisa, enquanto um aporte de R$30 milhões para 16 projetos da instituição é negociado.
A prefeita Margarida Salomão reafirmou a importância do intercâmbio de conhecimento promovido pelo evento, que é, segundo ela, motivo de orgulho para a cidade. “Um evento que tem o lácteo como eixo estruturador, que eu considero ser estratégico do ponto de vista do desenvolvimento da região e do nosso estado.” Margarida pontuou medidas tomadas durante o mandato como deputada para garantir iniciativas de fomento e promoção de inovação na área, como o Vacaton, promovido pela Embrapa Gado de Leite, que é uma das parceiras do evento e a verba destinada à reforma do ILCT. Margarida também frisou a articulação das secretarias municipais em andamento no Projeto de Lei do Queijo Minas da Zona da Mata.
Zema destaca ações para desenvolvimento do setor
Em visita à Juiz de Fora, o governador Romeu Zema compareceu à solenidade de abertura do Minas Láctea, onde respondeu sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores do setor, relacionadas à inflação. Zema elencou a pandemia e a guerra da Ucrânia como complicadores da situação, que fizeram disparar o preço do fertilizante, entre outras consequências. “ Somos um dos estados que lideramos o congelamento do ICMS, desde outubro do ano passado. Provamos que o combustível continuou subindo, mostramos que os culpados não são os estados. Todo o combustível continua subindo. Fizemos a redução dos combustíveis há dez dias, os preços caíram. Com isso, temos contribuído, de certa maneira, para que o produtor não sinta tanto esses aumentos, mas é lógico que todos estão sentindo.”
O governador também ressaltou que há um investimento em melhoria das estradas, para diminuir o gasto dos produtores com manutenção dos veículos e facilitando o escoamento.
“Quando se trata de um problema estrutural como essa inflação, o que está ao nosso alcance, temos avançado. Além da questão do combustível, congelamos o valor do IPVA, fazemos o que ameniza o sofrimento dele, mas gostaríamos de fazer mais”, lamentou.
Zema reiterou que em 2023 a vacinação contra febre aftosa não será mais necessária, o que deve refletir em economia para os produtores em Minas Gerais, que não precisarão adquirir ou gastar com o manejo das vacinas e com o envio de informações mais atualizadas a esse respeito. “Além de não gastar, ele ainda vai ter a carne valorizada, porque muitos países só compram carne de áreas livres da febre aftosa. Teremos ganho duplo”.
Outra frente de trabalho voltada para o setor, conforme frisou o governador, é o fornecimento de energia elétrica para os micro e pequenos produtores. Ele destacou investimentos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) da ordem de R$22 bilhões para levar a energia trifásica para todos os pontos do estado, com isso, segundo ele, mais um obstáculo para esses trabalhadores é resolvido. “Esse é o maior investimento da história da Companhia. O que temos hoje de energia monofásica não é suficiente para atender à demanda do agronegócio. Máquinas maiores precisam da energia trifásica.”
Fotos: Imprensa MG/ Marcos Evangelista e Divulgação Minas Láctea 2022
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