Sexta-feira, 2 de dezembro de 2016, atualizada às 9h30

Associação de moradores do Vale do Ipê adere à Rede de Vizinhos Protegidos para reduzir assaltos   

Jorge Júnior
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Para reduzir o número de assaltos e invasões a residências, os bairros de Juiz de Fora têm aderido ao projeto Rede de Vizinhos Protegidos da Polícia Militar (PM). O modelo de prevenção contra a criminalidade, que tem como força motriz a solidariedade e união entre os moradores, será inaugurado no próximo dia 10 de dezembro, às 15h, no bairro Vale do Ipê, região central da cidade. Segundo a secretária da Sociedade Pró-Melhoramentos do bairro Vale do Ipê (SPM), Marilene Sansão, os moradores resolveram conhecer o projeto em 2015, momento em que o número de invasões e assaltos tornaram-se crescentes na localidade.

A secretária da SPM/Vale do Ipê conta que foi realizado uma assembleia para apresentar e discutir o assunto e, a partir daí, os interessados em integrar a Rede, hoje chamada de Rede de Proteção Preventiva, foram formando os grupos. De acordo com o tenente Heleno Evangelista, comandante do 2º Pelotão da 30º Companhia da Polícia Militar (PM), que atende o bairro, 126 famílias de oito ruas já aderiram ao projeto. "A ideia é abraçar o restante da comunidade do entorno. Apesar do lançamento ocorrer no sábado, já temos um grupo com os envolvidos, por meio de aplicativo, a fim de facilitar a comunicação e disseminar a informação", diz.

O tenente explica que o projeto tem o objetivo de proporcionar aos moradores uma melhora na segurança. "Fomos procurados pela Associação de Moradores para implantação do sistema no Vale do Ipê e nos reunimos com as lideranças e realizamos os contatos com as ruas."

A participação e interação são as principais ferramentas para o funcionamento das redes, conforme diz o comandante do 27° Batalhão da PM, tenente-coronel Oterson Luis Nocelli. “Infelizmente, algumas pessoas só querem a placa de Vizinhos Protegidos na porta, mas isso não é o projeto. Ele precisa de pessoas participando para existir”, ressalta.

O tenente-coronel Nocelli diz que para o funcionamento da rede, as casas são divididas em células e cada agrupamento possui um representante. São feitos os cadastros de todos que integram o projeto, para que tenham acesso aos contatos dos seus vizinhos. “Os moradores passam a ter acesso ao nome e telefone dos vizinhos, justamente para que, caso perceba alguma movimentação anormal na rua ou casa, possa entrar em contato com a pessoa e saber se está tudo bem”, detalha. Ele esclarece que esta aproximação é fundamental para o aumento da segurança no bairro. “Já registramos casos de furtos, dos assaltantes encostarem caminhão e levarem tudo da casa e os vizinhos não acharem estranho, por pensar que a pessoa estava de mudança”.

Além da comunicação entre os moradores, o comandante do 27°BPM lembra que a polícia também organiza a rede estimulando que os envolvidos estipulem sinais em caso de alguma suspeita de crime, como acender as luzes ou tocar apitos.

Antes mesmo de inaugurar a Rede de Proteção Preventiva do Vale do Ipê, Marilene Sansão já avalia melhora no bairro em relação à segurança. “Conseguimos uma aproximação com a polícia, que nos presta um atendimento mais humanizado, além de conectar mais os vizinhos, fazendo circular informações sobre pessoas suspeitas no bairro”. Ela complementa que, atualmente, a rede conta com oito das dez ruas que compõem o bairro. “Para participar basta ser um morador que se disponha a convidar seus vizinhos para um bate-papo e entrar em contato com os organizadores da RPP no bairro”.

No dia da inauguração oficial no Vale do Ipê, serão fixadas as placas que passarão a identificar as residências que fazem parte da Rede, com a presença subcomandantes do 2º Batalhão da Polícia Militar que vieram, ao longo deste processo, orientando e assistindo o grupo de líderes que estão na organização.

Tecnologia a favor da segurança

O tenente-coronel Nocelli destaca que hoje a rede é facilitada pela tecnologia, através de grupos criados no Whatsapp  e Telegram. “Existem muitas redes montadas em comércios, localidades do bairro, redes de condomínios protegidos, onde a PM monitora todos os condomínios da região, cadastrando os porteiros, síndicos, e isso é enviado ao comandante de pelotão de área. Então, em caso de algum fato, a pessoa não fica só com o 190, ela joga na rede e aquela região já recebe a notícia e isso agiliza o atendimento”.

Marilene também afirma que as redes sociais facilitaram esta aproximação. “Melhoramos a nossa comunicação através da criação do grupo de moradores do bairro no WhatsApp, que foi se multiplicando em grupos por ruas também”.

Como criar uma Rede?

O comandante do 27° Batalhão da PM explica que para criar uma rede no seu bairro, a primeira coisa é procurar saber qual o comandante da unidade da PM responsável pela área. Os interessados podem buscar esta informação através do 190 ou pelos telefones da companhia que atende a área, 2º BPM ou 27º BPM.

“A pessoa fala com o comandante sobre o interesse de implementar o modelo no seu bairro. A polícia marca uma reunião para saber se vai ter adesão. Depois de uma ou duas reuniões, explicando o projeto, e, havendo interesse, a polícia marca a reunião de instalação e divisão de células. A orientação para o presidente de bairro ou líder comunitário que quer criar uma rede é, primeiramente, mobilizar os moradores”.

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