Ao ter sua cidade invadida por alienígenas, Brynn, uma jovem solitária e que vive isolada em uma casa afastada inicia uma batalha contra os extraterrestres na tentativa de sobreviver à invasão, enquanto lida com questões traumáticas de seu passado.
Embora a síntese da trama não se pauta em uma abordagem inédita, o novo filme de terror da Star+ está muito longe de ser mais do mesmo em sua categoria. Isso porque, apesar de sua construção narrativa possuir os elementos de um bom Sci-Fi, a trama se desenvolve de forma inovadora, onde o espectador é convidado a fugir das costumeiras exposições com ocorrem nas obras do gênero, sendo forçado a refletir praticamente sozinho sobre as perguntas que ele mesmo cria enquanto assiste ao filme, como quem são, de onde são, e o que querem.
E dentro desse contexto, o filme se divide em uma tríade na sua construção, onde a primeira é muito bem executada, quando se fala dos elementos técnicos como a cenografia, que nos faz orbitar fora de um marco temporal, ainda que em algumas cenas, sejam expostas datas em que alguns fatos relevantes tenham ocorrido. E esse anacronismo é notado, quando nos deparamos com objetos antigos sendo utilizados como ferramentas importantes, no caso de um telefone de parede ou um toca-discos e um micro-ônibus antigo, ao passo que em concomitância, há personagens utilizando carros modernos e notebooks, resultando assim, na justificativa da invasão não ter sido interceptada, já que não é possível denotar o quanto a ciência está avançada para aquela realidade.
Ainda, há o elemento da criação dos seres inumanos, cuja forma preserva àquelas clássicas em filmes de anos 80/90, contudo apresentando variações e multiformes, denotando a existência de sociedades alienígenas plurais, assim como os seres terrestres. E as aparições fogem do tradicionalismo do mistério, uma vez que os Et’s são revelados ao público logo no início da trama, causando impacto diante tanto do seu aspecto físico, como das suas habilidades que demonstram superioridade aos humanos.
Em seu segundo elemento, o roteiro, a história se desenvolve, ao passo que o filme se revela como uma obra de terror e ficção como pano de fundo, diante da tensão, as cenas arrepiantes e atuações convincentes nos envolvem do início ao fim da trama, também se consolida em uma narrativa dramática e reflexiva ao extremo, abordando temas difíceis como a rejeição, o falso moralismo, a culpa e o julgamento social, mas que só se percebe ao se esforçar ante aos elementos que são sutilmente apresentados entre uma cena e outra, visto que o filme conta com pouquíssimos diálogos e, em nenhum deles, há uma revelação ou explicação sobre qualquer situação, o que pode desagradar o público menos engajado.
E como terceiro elemento, o desenvolvimento da narrativa, apesar de nítida a originalidade da trama, sua execução comente alguns erros, dentre eles, os excessos de cenas repetitivas de perseguição, fazendo o filme parecer maior do que deveria. Isso porque a batalha da protagonista contra os aliens, acontecem várias vezes, o que não seria uma problemática, se houvesse em cada uma delas, uma exposição maior do contexto que cada luta vai revelando.
Com isso, fica a sensação que o roteiro não foi bem explorado, ainda que sua proposta tenha sido desafiar o espectador, o que se espera é que haja elementos mais claros que possibilitem o público identificar sobre o que o filme que abordar.
No entanto, ainda que com alguns pequenos erros de execução, Ninguém vai te salvar é um dos melhores filmes de terror do ano, com muita tensão, suspense e sustos, podendo ser identificado como um Blockbuster Sci-Fi, mas que está longe de uma ser apenas mais obra banal sobre invasões alienígenas.
Nota: 9.1 (Disponível no Star+)
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