As cenas de Ramiro (Amaury Lorenzo) e Kelvin (Diego Martins) no ar na novela “Terra e Paixão” da Rede Globo, têm sido de grande repercussão nas redes sociais, principalmente depois que o personagem de Amaury Lorenzo decidiu assumir sua orientação sexual, o mais conhecido como “sair do armário.” A aprovação do público é tão expressiva que os internautas já estão até “shippando” o casal “Kelmiro”.
O “sair do armário” é um processo complexo e pessoal que pode ser marcado por uma diversidade de emoções, incluindo o medo. O grande dilema enfrentado, diariamente, por pessoas LGBTQ+ de esconder sua verdadeira identidade para evitar a discriminação e o estigma, ou dar um passo corajoso em direção à autenticidade, expondo-se ao mundo, precisa ser mais discutido na sociedade, para também abordar a qualidade da saúde mental da população.

O medo da exposição é uma emoção que pode gerar implicações profundas na saúde mental de qualquer ser humano, como ansiedade, depressão e até o isolamento social. E isso se amplia conforme o ambiente em que se está inserido não acolhe ou não compreende plenamente a diversidade de orientações sexuais.
Internalizar o medo pode levar a problemas de autoestima e falhas na aceitação de si mesmo, afetando negativamente a qualidade da saúde mental. É fundamental reconhecer a importância da autenticidade na jornada de alguém. Ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros é um passo crucial, já que negar a própria identidade pode causar um conflito interno duradouro, levando a uma série de desafios emocionais. A aceitação de quem você é e a revelação da sua orientação sexual podem ser libertadoras e fortalecedoras.

Assumir a homossexualidade pode ser um processo doloroso, repleto de desafios emocionais. Muitas vezes, as pessoas enfrentam a resistência da sociedade e, em alguns casos, de suas próprias famílias. O preconceito e a falta de compreensão ainda prevalecem em muitos lugares, tornando o ato de sair do armário uma jornada árdua.

Mas é fundamental frisar que não se deve enfrentar o medo da exposição sozinho. A busca de apoio, seja de amigos, familiares ou grupos de apoio LGBTQ+, pode fazer uma diferença significativa. O suporte emocional é fundamental para ajudar a enfrentar os desafios e minimizar as implicações negativas que inundam a mente e os sentimentos de quem vivencia esse momento.

Cada pessoa tem seu próprio ritmo e suas próprias circunstâncias ao lidar com sua orientação sexual. Algumas podem ter um ambiente de apoio, enquanto outras enfrentam obstáculos significativos. A ajuda de profissionais especializados em saúde mental é fundamental nesse processo, ajudando a pessoa a navegar pelos desafios emocionais e a desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis.
Em minha jornada como psicóloga, vejo como um aspecto fundamental a promoção de um ambiente seguro e de confiança para que o paciente se sinta à vontade para explorar seus sentimentos e preocupações. É essencial reconhecer qualquer preconceito pessoal e trabalhar ativamente para superá-lo, garantindo o apoio necessário.

Cada caso é único, e a jornada de sair do armário pode levar tempo. Algumas pessoas podem precisar de anos para se sentirem prontas para compartilhar sua orientação sexual com os outros, enquanto outras podem decidir fazê-lo mais cedo. O importante é que a decisão seja feita no próprio tempo da pessoa, priorizando sua saúde mental e bem-estar. Afinal, a busca pela autenticidade e pela aceitação é um direito humano fundamental.

Para mais orientações sobre autoestima, ansiedade, relacionamentos, saúde emocional e bem-estar mental, me siga no @telmaelisa.psi, e aqui nesta coluna todas às quintas-feiras.

TV Globo - Os personagens da novela Terra e Paixão, Kelvin e Ramiro

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Telma Elisa

Saúde Mental

Psicóloga e também jornalista, formada pela UFJF, Telma Elisa é especialista em comunicação assertiva e não-violenta, também pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUC. Tem competência para te ajudar a lidar com ansiedade, relacionamentos, transtornos, e a desenvolver habilidades sociais para que seja possível levar uma vida mais plena.

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