SÃO PAULO (FOLHAPRESS) - O ano de 2022 foi marcado pela avalanche de produções que ocuparam as salas de espetáculos como resultado de dois anos em que o mercado sofreu com os efeitos da pandemia e com a falta de políticas públicas de apoio ao setor.

O desmonte promovido pelo governo de Jair Bolsonaro foi um dos principais fatores que levaram o mercado teatral a focar seus esforços em montagens de temporadas curtas e, em sua maioria, realizadas com o apoio da rede Sesc ou de editais municipais e estaduais.

Esse número alto de produções, embora comprove a força do mercado das artes cênicas, que não tardou a abandonar as experimentações online, também resultou numa fragmentação do público, que precisou escolher com cuidado as obras que veria, sabendo que isso significaria abrir mão de outras, fosse pelo curto tempo em cartaz, fosse pela incerteza da crise econômica.

Assim, algumas produções cumpriram temporadas limitadas a no máximo um mês, com ingressos disputados. Tendo em mente esse oceano de montagens nos palcos de São Paulo, a reportagem convidou críticos e profissionais especializados nas artes cênicas para selecionarem seus destaques do ano.

Veja abaixo todas as indicações em ordem alfabética.

- Bruna Burkert

Produtora e especialista em acessibilidade cultural

Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

Direção: Miguel Rocha. Texto: Dione Carlos. Elenco: Antônio Valdevino, Danyel Freitas, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, entre outros. Cumpriu temporada na Sede da Cia. de Teatro Heliópolis.

A peça narra o processo de mulheres que precisam lidar com o cárcere, mas do lado de fora das grades. A montagem teve como foco a pressão que a sociedade impõe às mulheres que têm uma pessoa da família presa, e como isso afeta o dia a dia da mulher, geralmente preta, pobre e periférica.

Errantes

Direção: Lucas França. Texto: Victor Nóvoa, com fragmentos de texto de Manuel Rui. Elenco: Rosana Pimenta, Gustavo Braunstein, Guto Vieira, entre outros. Cumpriu temporada na Sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo.

O espetáculo do Núcleo Barro 3 parte da pesquisa sobre a história dos monumentos erguidos ao redor da cidade de São Paulo e de como a maioria parte de figuras tirânicas e fascistas. A partir desta descoberta, o grupo investigou as influências destes monumentos na concepção da cidade e do conceito de cidadania.

Macacos

Direção e texto: Clayton Nascimento. Elenco: Clayton Nascimento. Cumpriu temporada no Teatro Cacilda Becker.

Produzido pela Companhia do Sal e concebida por Clayton Nascimento, o título do espetáculo traz uma ofensa comumente associada às pessoas negras. A dramaturgia surgiu a partir do caso de racismo sofrido em campo pelo goleiro Aranha, do Santos, durante uma partida contra o Grêmio, em Porto Alegre. O espetáculo faz uma viagem pela história do Brasil para tentar desvendar os casos de racismo ao longo da história.

Não Aprendi Dizer Adeus

Direção: Rafaela Azevedo. Texto: Bárbara Salomé e Rafaela Azevedo. Elenco: Bárbara Salomé. Cumpriu temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade.

O espetáculo flagra uma palhaça tentando a todo o custo fugir da morte, representada por um som estranho, uma luz mais forte ou um acontecimento que não esteja nos planos. Em paralelo, crente de sua finitude, a personagem celebra seu último dia na Terra com bebida alcoólica e drogas ilícitas em busca de discutir os gatilhos e o abismo no qual o ser humano se encontra.

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá

Direção: Maristela Chelala. Texto: Jorge Amado. Elenco: Beatriz Kovacsik, Domitila Gonzalez, Maria Eugênia Portolano, Samya Pascotto, entre outros. Cumpriu temporada no Parque Augusta.

O livro infantojuvenil de Jorge Amado ganhou uma adaptação que injetou gás à narrativa, conduzida com delicadeza por Maristela Chelala e com uma produção caprichada ao ar livre assinada pela Cia. do Novelo. A montagem valoriza a linguagem circense ao narrar a história de amor de um gato mau e a encantadora andorinha.

- Bruno Cavalcanti

Colaborador da Ilustrada e crítico de teatro

Diabinho e Outras Peças Curtas de Caryl Churchill

Direção: Guto Portugal. Texto: Caryl Churchill sob tradução de Zé Roberto Valente. Elenco: Noemi Marinho, Norival Rizzo, Elisa Volpatto, Johnnas Oliva, Mayara Constantino e Rafael Pimenta. Cumpriu temporada no Auditório do Masp.

Montagem que reuniu quatro obras inéditas da inglesa Caryl Churchill, "Diabinho" propôs um mergulho na visão da artista acerca do mundo e das evoluções e involuções da sociedade. Elisa Volpatto protagonizou um dos solos mais intensos da temporada, enquanto Noemi Marinho e Norival Rizzo elevaram a última peça que dá título à produção.

Leonardo Da Vinci - A Obra Oculta

Direção: Márcio Medina. Texto: Michele Santeramo sob tradução de Cacá Carvalho. Elenco: Cacá Carvalho. Cumpriu temporada no Auditório do Sesc Pinheiros.

Produzindo uma série de obras do italiano Michele Santeramo, baseados na leitura de textos ao vivo, Cacá Carvalho encontrou o ápice da delicadeza em seu espetáculo anterior, "A Última Estação". Neste "Leonardo Da Vinci - A Obra Oculta", o ator enfrenta o abismo do fim do mundo em um texto menos poético e mais direto, sem jamais perder a ternura.

Marrom - O Musical

Direção e texto: Miguel Falabella. Elenco: Karin Hills, Letícia Soares, Luci Salutes, Lílian Valeska, Lázaro Menezes, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro Sérgio Cardoso.

A história da cantora Alcione se funde ao mito do Boi Bumbá nesta produção idealizada por Jô Santana e escrita e dirigida por Miguel Falabella. Com algumas das principais canções do repertório da cantora reinterpretadas pela direção musical de Guilherme Terra, "Marrom" não se privou a narrar a vida de Alcione de forma linear, misturando linguagens como a da ópera-rock e do teatro americano clássico.

- O Bem-Amado Musicado

Direção: Ricardo Grasson. Texto: Dias Gomes com músicas de Newton Moreno e Zeca Baleiro. Elenco: Cássio Scapin, Marco França, Guilherme Sant'Anna, Luciana Ramanzini, Rebeca Jamir, Eduardo Semerjian, Kátia Dhaer, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro do Sesc Santana.

A montagem dirigida por Ricardo Grasson e com elenco capitaneado por Cássio Scapin sublinhou a atemporaliedade do texto de Dias Gomes. As canções de Zeca Baleiro e Newton Moreno se irmanaram à narrativa sem prejudicar a obra original. A direção de Grasson transformou o texto de Gomes num épico brasileiro sobre a corrupção e o jeitinho brasileiro com um elenco em que se destacaram, além de Scapin, Luciana Ramanzini, Marco França, Kátia Daher, entre outros.

- Três Mulheres Altas

Direção: Fernando Philbert. Texto: Edward Albee sob tradução de Gustavo Pinheiro. Elenco: Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathália Dill. Cumpriu temporada no Teatro TUCA.

Um dos principais textos da dramaturgia americana, "Três Mulheres Altas" ganhou uma boa segunda montagem brasileira estrelada por Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill. A acidez do texto de Edward Albee foi preservada nessa produção que tem como ponto mais alto o trabalho de seu trio de atrizes, com destaque para Deborah Evelyn, que dá mais uma prova de ser uma das melhores atrizes do teatro brasileiro.

- Joaquim Araújo

Produtor cultural e idealizador do Prêmio Destaque Imprensa Digital

A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa

Direção: André Paes Leme. Texto: Clarice Lispector com canções de Chico César. Elenco: Laila Garin, Cláudia Ventura e Cláudio Gabriel. Cumpriu temporada no Teatro do Sesc Santana.

Adaptação do derradeiro livro de Clarice Lispector, narra a trajetória de Macabéa do sertão brasileiro até a capital do Rio de Janeiro. A narrativa dirigida por André Paes Leme traz o texto original na íntegra entrelaçado por canções inéditas compostas por Chico César. A trilha do espetáculo rendeu um EP gravado pelo elenco e um disco assinado em parceria com César. Laila Garin faz rir, chorar e refletir.

- Brenda Lee e o Palácio das Princesas

Direção: Zé Henrique de Paula. Texto: Fernanda Maia. Elenco: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes, Ambrosia, Leona Jhovs e Fabio Redkowicz. Cumpriu temporada no Teatro Núcleo Experimental.

O musical resgata a memória da ativista travesti Brenda Lee, responsável por acolher em sua casa pessoas com o vírus da Aids. A personagem se tornou um dos principais nomes na luta em prol dos direitos LGBTQIA+ e foi celebrada na produção formada por seis atrizes trans, entre elas as premiadas Verónica Valenttino e Marina Mathey.

- Evita Open Air

Direção: John Stefaniuk. Letras e músicas: Tim Rice e Andrew Lloyd Webber sob a versão de Victor Mühlethaler. Elenco: Myra Ruiz, Fernando Marianno, Cleto Baccic, Felipe Assis Brasil, entre outros. Cumpriu temporada no Parque Villa-Lobos.

Superprodução baseada no clássico musical da década de 1978, recontou a história da primeira-dama da Argentina Eva Perón em uma versão mais dinâmica em busca de apresentar a obra para novas gerações. Um dos pontos altos da produção foi utilizar a cidade de São Paulo como cenário e estruturar um grande auditório a céu aberto com luz, som e cenografia que dialogavam com o clima da cidade.

- Nautopia - O Musical

Direção: Daniel Salve. Texto: Daniel Salve. Elenco: Beto Sargentelli, Eline Porto, Jonathas Joba, Neusa Romano, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro B32.

Musical original e independente idealizado antes da pandemia de Covid-19, este foi um dos destaques da temporada, embora não tenha conseguido angariar o público que necessitava para permanecer em cartaz. A obra significou passo à frente na condução do teatro musical brasileiro autoral através de canções e texto inédito de Daniel Salve.

- West Side Story

Direção: Charles Möeller e Claudio Botelho. Texto: Arthur Laurents com músicas de Stephen Sondheim e Leonard Bernstein e versões de Claudio Botelho. Elenco: Beto Sargentelli, Giulia Nadruz, André Torquato, Guilherme Logullo, entre outros. Cumpriu temporada no Theatro São Pedro.

Considerado um dos maiores clássicos da história do teatro musical, é um dos espetáculos mais desafiadores montados na última temporada. Charles Möeller e Claudio Botelho reuniram um excelente elenco capaz de dar conta das exigências da obra e emocionar ao som de clássicos como "Maria", "Tonight" e "A Boy Like That".

- Kyra Piscitelli

Crítica de teatro e jurada do Prêmio APCA

- A Semente da Romã

Direção: Marina Nogaeva e Ruy Cortez. Texto: Luís Alberto de Abreu. Elenco: Antônio Petrin, Walderez de Barros, Walter Breda, Maria Manoella, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro do Sesc Pompéia.

O espetáculo trata sobre o "ofício teatro", e se passava na coxia de uma montagem do clássico "As Três Irmãs", de Tchekhov. A obra falou do fazer teatral, do Brasil e da história de arte e resistência no país. Trouxe, infelizmente, Sérgio Mamberti em vídeo. O ator morreu em setembro de 2021 aos 82 anos consagrado como um dos grandes nomes do teatro nacional. Antes da pandemia de Covid-19, Mamberti compunha o elenco e foi substituído por Antônio Petrin.

- Brenda Lee e o Palácio das Princesas

Direção: Zé Henrique de Paula. Texto: Fernanda Maia. Elenco: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes, Ambrosia, Leona Jhovs e Fabio Redkowicz. Cumpriu temporada no Teatro Núcleo Experimental.

Chamada de o "anjo da guarda das travestis", Brenda Lee foi a ativista que fundou a primeira casa de apoio para pessoas com HIV/Aids do Brasil, e a montagem do Núcleo Experimental não só foi sucesso como provou que a cena paulistana é melhor quando é formada por um espaço diverso e representativo.

- Longa Jornada Noite Adentro

Direção: Sérgio Módena. Texto: Eugene O'Neill. Elenco: Ana Lúcia Torre, Luciano Chirolli, Gustavo Wabner, Bruno Sigrist e Mariana Rosa. Cumpriu temporada no Tucarena.

Está entre as peças que não perdem o vigor e o sentido e cada vez que é montada se mostra atual e importante. O clássico de Eugene O'Neill chegou ao palco do Tucarena com um novo fôlego através do cenário de André Cortez e deu espaço para a veterana Ana Lúcia Torre brilhar na pele de Mary Tyrone, a matriarca da família de O'Neill viciada em morfina.

- Museu Nacional [Todas as Vozes do Fogo]

Direção: Vinicius Calderoni. Texto: Vinicius Calderoni. Elenco: Ana Carbatti, Ricca Barros, Alfredo Del-Penho, Adassa Martins, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro do Sesc Vila Mariana.

Musical original produzido pela Barca dos Corações Partidos, celebrou o centenário do Museu Nacional e lançou reflexões acerca do descaso e abandono com o prédio e o acervo do espaço, que resultou no incêndio de 2018. Com canções originais e texto idem, a montagem foi um dos principais espetáculos a lançar olhar para a falta de políticas públicas para a cultura das artes no Brasil, intensificada nos últimos quatro anos.

- Outono Inverno ou O Que Sonhamos Ontem

Direção: Denise Weinberg. Texto: Lars Norén com dramaturgismo de Kiko Marques. Elenco: Dinah Feldman, Noemi Marinho, Nicole Cordery e Riba Carlovith. Cumpriu temporada no Itaú Cultural.

Denise Weinberg brilhou na primeira montagem do texto sob a produção do Grupo Tapa no início dos anos 2000, e agora retoma a obra do sueco na condição de diretora. A montagem cresce graças a excelente trilha executada ao vivo por Gregory Slivar e com um elenco afinado, com destaque para a também veterana Noemi Marinho.

- Marllos Silva

Produtor, diretor e idealizador do Prêmio Bibi Ferreira

A Família Addams

Direção: Federico Belloni. Texto: Marshall Brickman e Rick Elice com letras de Andrew Lippa e versões de Claudio Botelho. Elenco: Marisa Orth, Daniel Boaventura, Kiara Sasso, Fred Silveira, Liane Maya e Bernardo Berro, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro Renault.

Comédia musical que foi um dos destaques da temporada de 2011, retornou ao Brasil com o mesmo casal de protagonistas formado por Daniel Boaventura e Marisa Orth, e repetiu o sucesso. A direção de Belloni compreendeu bem a aura brasileira e adaptou a comédia norte americana aos moldes do clássico besteirol nacional somado à comédia dos erros.

Brenda Lee e o Palácio das Princesas

Direção: Zé Henrique de Paula. Texto: Fernanda Maia. Elenco: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes, Ambrosia, Leona Jhovs e Fabio Redkowicz. Cumpriu temporada no Teatro Núcleo Experimental.

A busca por representatividade levou esse musical a ser um dos grandes destaques do ano. Não bastasse o tema importante e urgente, o texto de Fernanda Maia e a direção de Zé Henrique de Paula sublinham a excelência de um elenco que merece mais atenção em todos os tipos de papéis dentro e fora do teatro musical.

Intimidade Indecente

Direção: Guilherme Leme. Texto: Leilah Assumpção. Elenco: Marcos Caruso e Eliane Giardini. Cumpriu temporada no Teatro Renaissance.

Marcos Caruso e Eliane Giardini recuperam um dos textos mais delicados de Leilah Assumpção numa encenação simples, que conta basicamente com o trabalho de corpo e composição de uma dupla de veteranos. É uma comédia clássica que se transforma numa obra terna capaz de abarcar todos os tipos de público.

Tatuagem

Direção: Kleber Montanheiro. Texto: Kleber Montanheiro com base no filme homônimo de Hilton Lacerda. Elenco: André Torquato, Bia Sabiá, Cleomácio Inácio, Gu Rezê, entre outros. Cumpriu temporada no Espaço da Cia de Revista.

Baseado no filme de Hilton Lacerda, o musical expande o universo cinematográfico com canções inéditas compostas por Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena, componentes do desativado grupo As Baías. Com delicadeza, Kleber Montanheiro traça um panorama da vida de artistas independentes no sertão durante o período ditatorial.

West Side Story

Direção: Charles Möeller e Claudio Botelho. Texto: Arthur Laurents com músicas de Stephen Sondheim e Leonard Bernstein e versões de Claudio Botelho. Elenco: Beto Sargentelli, Giulia Nadruz, André Torquato, Guilherme Logullo, entre outros. Cumpriu temporada no Theatro São Pedro.

Charles Möeller e Claudio Botelho sublinharam a excelência deste que é considerado uma das principais obras da história do teatro musical. A dupla reuniu no palco do Theatro São Pedro um elenco de excelentes atores e cantores e conseguiu tirar deles o melhor de suas interpretações.

- Noemi Marinho

Atriz, diretora e dramaturga vencedora do Prêmio Shell

- Língua Brasileira

Direção: Felipe Hirsch. Texto: Felipe Hirsch, Juuar, Vinícius Calderoni e coletivo Ultralíricos com músicas de Tom Zé. Elenco: Amanda Lyra, Georgette Fadel, Laís Lacôrte, Paschoal da Conceição, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro Anchieta do Sesc Consolação.

Comédia musical que foi um dos destaques da temporada de 2011, retornou ao Brasil com o mesmo casal de protagonistas formado por Daniel Boaventura e Marisa Orth, e repetiu o sucesso. A direção de Belloni compreendeu bem a aura brasileira e adaptou a comédia norte americana aos moldes do clássico besteirol nacional somado à comédia dos erros.

- Museu Nacional [Todas as Vozes do Fogo]

Direção: Vinicius Calderoni. Texto: Vinicius Calderoni. Elenco: Ana Carbatti, Ricca Barros, Alfredo Del-Penho, Adassa Martins, entre outros. Cumpriu temporada no Teatro do Sesc Vila Mariana.

A Barca dos Corações Partidos celebra o centenário do Museu Nacional refletindo sobre o descaso e abandono da cultura brasileira e de tudo o que a representa, como o prédio, que ardeu em chamas em 2018.

O que nos Mantém Vivos

Direção: Rogério Tarifa. Texto: Bertolt Brecht sob adaptação de Renato Borghi e Elcio Nogueira Seixas. Elenco: Renato Borghi, Débora Duboc e Elcio Nogueira Seixas. Cumpriu temporada no Teatro Anchieta do Sesc Consolação.

Aos 85 anos de idade, Renato Borghi voltou a mergulhar na obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht para emergir em críticas ao governo Bolsonaro e buscar compreender o fascismo e a força da extrema-direita, cada vez mais crescente no Brasil contemporâneo. Débora Duboc e elcio Nogueira Seixas completam o elenco com leituras intensas da obra do alemão.

Tatuagem

Direção: Kleber Montanheiro. Texto: Kleber Montanheiro com base no filme homônimo de Hilton Lacerda. Elenco: André Torquato, Bia Sabiá, Cleomácio Inácio, Gu Rezê, entre outros. Cumpriu temporada no Espaço da Cia de Revista.

A direção de Kleber Montanheiro sublinha a delicadeza exposta no filme de Hilton Lacerda, além de construir uma narrativa muito bem entrelaçada com as canções compostas pelo grupo As Baías sob a direção musical de Marco França.

Virgínia

Direção: Amir Haddad. Texto: Cláudia Abreu. Elenco: Cláudia Abreu. Cumpriu temporada no Teatro do Sesc 24 de Maio.

Em seu primeiro monólogo, Cláudia Abreu dá vida a Virgínia Woolf e estabelece relações entre sua trajetória como atriz e a vida atormentada por tragédias da escritora, que passou parte da existência se equilibrando entre a loucura e a lucidez. O texto é da atriz e a direção de Amir Haddad abre mão de qualquer artifício que não o diálogo da artista com o público.


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