SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Procon-RJ, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor, pode multar os organizadores do REP Festival em até R$ 12 milhões pela sucessão de falhas registradas no primeiro dia do evento, que aconteceu neste sábado (11), na zona oeste do Rio de Janeiro.

As fortes chuvas que caíram sobre a cidade transformaram o festival, maior evento de rap do país, num imenso lamaçal.

Os shows, que aconteceram numa fazenda em Guaratiba, atrasaram ou foram cancelados. Múltiplos artistas desistiram de se apresentar na última hora, alegando risco de vida nas condições dadas pela produção do evento.

Imundas, as pessoas xingavam a organização do evento, chegando a avistar cobras e pererecas em meio à lama.

Foi esse conjunto de problemas que fez o Procon-RJ instaurar contra os organizadores do evento um ato sancionatório, isto é, um processo que pode resultar no pagamento de multas.

O órgão diz ter recebido denúncias dos frequentadores sobre as péssimas condições de infraestrutura do festival. Além disso, eles relataram dificuldade de acessibilidade, atraso no horário dos ônibus e no início dos shows.

"Conforme o CDC, o Código de Defesa do Consumidor, as multas por infração às normas de proteção e defesa do consumidor serão calculadas de acordo com a gravidade da infração, o porte econômico do fornecedor e a vantagem auferida. A depender desses critérios, ela pode chegar a 12 milhões de reais", disse o órgão em nota. O prazo para a apresentação de defesa é de 15 dias.

Nesta segunda-feira (13), Rafael Liporace, um dos organizadores do evento, se pronunciou por meio das redes sociais sobre a sucessão de falhas do REP Festival.

De acordo com ele, os organizadores foram informados de "possíveis problemas" no Parque Olímpico, onde o REP estava inicialmente previsto para acontecer, um mês antes da realização do evento.

O empresário ainda afirma que a produção buscou esclarecer a situação, e declara que a prefeitura apenas solicitou a mudança de espaço. A manobra levou a festa a ser mudada de última hora para Guaratiba, zona oeste da cidade.

O organizador diz também que foi esse cenário que gerou o caos de sábado, com público tomado pelo lamaçal e shows atrasados ou cancelados pela má estrutura.

"A gente tentou fazer o melhor, mas, infelizmente, não deu certo. Realmente a equação da troca de local, mais as chuvas, fizeram com que a edição de 2023 do REP Festival não fosse a melhor."


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