SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fundada em 2020, ano da pandemia, a agência de modelos italiana 'L'Imperfetta' (A Imperfeita) tem nome autoexplicativo. Seu casting é formado exclusivamente por homens e mulheres com "imperfeições" estéticas, se avaliadas sob a cruel régua da indústria da moda.
Eles têm manchas, cicatrizes, membros amputados. Podem ser gordos, calvos ou baixos, características físicas que seriam um impeditivo para se lançaram na carreira em agências tradicionais. Na 'L'Imperfetta são um charme a mais, num conceito que vem redefinindo os padrões de beleza no berço mundial da moda, além de dar uma baita reforçada na autoestima de seus contratados.
"Pela primeira vez, eu me senti bonita", disse, no Instagram, a modelo Lucia Della Ratta, que tem albinismo -distúrbio genético caracterizado pela perda de melanina e da pigmentação da pele. "Senti que era a minha essência, como se fosse eu, como realmente sou".
Além da bem-vinda proposta inclusiva, A Imperfeita vem fazendo sucesso como modelo de negócio. Seus agenciados já estão no mercado de trabalho, em campanhas publicitárias de marcas de roupas, acessórios, roupas íntimas, cosméticos e supermercados.
Dois deles desfilaram na Semana de Moda de Milão, dias atrás, para o estilista Marco Rambaldi. Fundadora da agência, Carlotta Giancane sente-se orgulhosa de seu trabalho. "Na verdade, sinto-me um pouco revolucionária porque percebo que tudo isso ao meu redor não existia antes", diz.
Outra de suas modelos é Desireé D'Angelo. Ela sofre de alopecia e passou anos sofrendo bullying na escola por causa de sua calvície. Foi convencida por uma professora de dança a arrancar os chapéus e perucas que escondiam sua cabeça sem cabelos, e hoje é uma das estrelas da agência. "Gosto do meu corpo, gosto da minha peculiaridade. No final, eu aceitei", diz.
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