SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cirurgião Antônio Vieira de Melo rompeu o silêncio sobre os últimos momentos de vida de Clara Nunes. A compositora, que morreu exatos 40 anos atrás, ficou em coma após ter tido um edema no cérebro e ter se submetido a uma retirada de varizes. Em entrevista ao Fantástico, exibida neste domingo (2), o médico lembrou o que aconteceu naquele dia.
"Ela teve uma reação absolutamente desproporcional. Nunca mais vi na vida", explica ele, ao Fantástico. "Quando eu cheguei no hospital, ela estava brigando com o anestesista porque ele estava insistindo para não colocar tubo na garganta dela. Ela queria dormir, queria anestesia geral".
Melo recorda que a anestesia foi aplicada e que notou algo estranho no final da cirurgia: o sangue da cantora estava "um pouco escuro". "Naquela época nós não tínhamos a monitorização que nós temos hoje. Ela estava com taquicardia, frequência muita rápida, igual a uma parada cardíaca... Cheguei a fazer injeção intracardíaca de adrenalina. Ela voltou", recorda ele.
Em reação à anestesia, Clara teve um choque anafilático e teve um grande edema no cérebro. Ela entrou em coma e morreu 28 dias depois.
Uma sindicância foi aberta para investigar o caso. Conforme a reportagem do Fantástico, que teve acesso ao documento do Conselho Regional de Medicina, os profissionais que participaram da operação foram unânimes em dizer que os médicos não se ausentaram e que os equipamentos não falharam. Não houve erro médico. Assim, o caso foi arquivado, que também não teve denúncia da família.
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