SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma das esculturas da série de aranhas gigantes de Louise Bourgeois, que esteve exposta no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM, entre 1997 e 2017, será leiloada pela Sotheby's, em Nova York, no próximo mês.

A expectativa é que a escultura de três metros de altura por mais de cinco de comprimento seja vendida por algo em torno de US$ 30 milhões e US$ 40 milhões, cerca de R$ 152 milhões e R$ 202 milhões.

Pertencente à Fundação Itaú, braço cultural do Itaú Unibanco, o maior banco do país, a peça será vendida porque a instituição diz ter mudado as prioridades dentro de sua coleção de arte. A ideia é usar o valor levantado para investir em obras de artistas brasileiros.

Arrematada em 1996 pelo colecionador e cofundador do banco Olavo Setúbal, "Aranha" foi cedida para exposição numa gigantesca marquise do MAM, no parque Ibirapuera, até começar uma peregrinação por diferentes instituições de arte do Brasil, a partir de 2017.

O caso lembra a venda de uma tela de Jackson Pollock pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, há quatro anos, também em Nova York. O leilão gerou polêmica por levar ao exterior a única obra do americano presente numa coleção latino-americana. A venda foi realizada para sanar as contas da instituição, que ia mal das pernas.

A estratégia seria depositar o valor num fundo e usar seus rendimentos para bancar a operação do museu, um caso raro em que uma instituição se desfaz de uma das joias de seu acervo na tentativa de manter as portas abertas.

No caso de "Aranha", a venda para um colecionador estrangeiro também representaria a despedida da série dos brasileiros. Outras peças da coleção hoje estão expostas em alguns dos principais museus do mundo, como o Guggenheim, em Bilbao, na Espanha, e o Tate Modern, em Londres.


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