SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro grande tapete vermelho do ano foi estendido na noite deste domingo (7) para a 8ª edição do Globo de Ouro. Mas os principais nomes de Hollywood não ousaram nos modelos escolhidos, mantendo em destaque o clássico preto e cores claras e neutras.

A tendência pode ser reflexo de uma crise que a indústria cinematográfica americana enfrentou nos últimos tempos. Os atores parecem não querer soar extravagantes nem muito celebrativos numa Hollywood que ficou paralisada por meses, no ano passado, com a greve dos atores e dos roteiristas.

Ao mesmo tempo, os atores podem ter tido receio de celebrar com tanto afinco o Globo de Ouro. A premiação, afinal, segue na tentativa de recuperar sua reputação após acumular polêmicas envolvendo compra de votos, suborno, tráfico de influência, racismo, clubismo e falta de transparência.

Por um lado, o vermelho imperou, com Juliane Moore, Selena Gomez e Heidi Klum, que apostaram no volume. Barry Keoghan, estrela de "Saltburn", foi com um terno vermelho estampado e muitos acessórios, enquanto John Kraisinski apostou em um vermelho mais cintilante. Ayo Edebiri e Florence Pugh também entraram na gama da cor, uma escolha certeira para qualquer evento de gala.

Em contrapartida, tons neutros como lilás, rosa e bege dominaram as escolhas das celebridades. Hunter Schafer, por exemplo, foi com um Prada sob medida esvoaçante, e Gillian Anderson usou um tomara que caia off-white com bordados. Elle Fanning, por sua vez, usou um clássico vestido sem alça com lago na região dos seios.

Até mesmo a cantora e atriz Jennifer Lopez, que trouxe bastante volume em seu look ao apostar em flores, ficou com um tom de rosa claro e menos chamativo, assim como Hallen Mirren, que foi com uma peça na cor lilás.

Os homens, por sua vez, seguiram na mesma linha da discrição ao apostar em ternos pretos um tanto entediantes, mas com detalhes que os tornaram mais interessantes.

Jeremy Allen White, o chef da série "O Urso", usou uma camisa de tecido transparente por baixo de seu terno preto. Timothée Chalamet, que sempre se destaca nas premiações, atraiu menos atenção, com um terno preto brilhante com camisa aberta por baixo. Colman Domingo, que estrela o filme "A Cor Púrpura", trouxe broches e botões com pérolas e pedraria para o seu terno preto sem gola.

As escolhas contrastaram com os anos dourados do Globo de Ouro, premiação em que as celebridades costumavam ousar e se arriscar ao escolher seus looks, como relembrou o diretor de estilo da Women's Wear Daily, Alex Badia, na transmissão do tapete vermelho.

Quem se deu o direito da extravagância foi Margot Robbie, que reproduziu o vestido da Barbie Superstar de 1997, todo cor-de-rosa, em parceria com a Armani. Ela usava acessório de tule com pedras. Mas é uma exceção que não se destaca, já que a atriz só fez reproduzir a personagem mais marcante de sua carreira.

Outra artista que quis refletir seu brilho na premiação foi Taylor Swift. A cantora, que transformou sua última turnê, a "The Eras Tour", em um filme, usou um vestido verde todo metalizado da Gucci. Swift, diferentemente das atrizes que cruzaram o tapete vermelho, não esteve em greve, fazendo piquetes na porta dos estúdios em Los Angeles, nos últimos meses.

Quem conseguiu chamar a atenção mesmo no preto foi Rosamund Pike, que apostou em um midi rodado. A atriz também estava com um chapéu e um véu, que ela disse estar usando porque se recupera de um acidente de esqui que sofreu no Natal e não queria que ninguém tocasse seu queixo.

Não foi, por fim, um ano de extravagância . Tudo ficou entre o clássico e o modesto, no que pareceu ser uma tentativa de tornar o ar mais sério e sóbrio diante da crise recente da indústria audiovisual.


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