PredadoresPredadors – EUA – 2010 – 20th Century Fox
A partir da década de 80 virou regra em Hollywood fazer filmes de entretenimento puro e lucro fácil. Figuravam nessa lista desde as aventuras de Indiana Jones até os assassinatos de Jason ou Freddy Kruger. Na concepção industrial, se o primeiro fez sucesso era preciso fazer uma continuação.
A franquia Predadores surge justamente nessa época em que o sucesso de uma ideia deveria ser aproveitado até praticamente seu esgotamento, já nos anos 90. É por isso que Jason foi para o espaço e depois voltou para enfrentar Freddy Kruger em mais uma sequência dessas franquias.
Já Predadores, nas suas últimas incursões no cinema, teve como inimigo outro extraterrestre de sucesso: Alien. Quase 20 anos depois, Hollywood ainda insiste em extrair novas histórias desses personagens, mesmo estando claro que o momento de aposentá-los já chegou há tempos.
Neste mais recente filme, um grupo de humanos caem sem maiores explicações numa selva desconhecida. Aos poucos, vão entendendo o real motivo por estarem ali e a sua finalidade: são caça de seres extraterrestres predadores, que tem como passatempo caçar e matar raças inferiores à sua. Nesse contexto, eles se unem e tentam escapar e vencer seus caçadores.
Mesmo bem conduzido e com um elenco oscarizado, conhecido por grandes atuações, Predadores não consegue fugir do mais do mesmo. Após quarenta minutos de filme, a narrativa já não interessa e tudo o que o espectador deseja é saber como alguns personagens morrerão e os outros escaparão ilesos da caçada.
O ponto alto fica a cargo de Laurence Fishborne, que entra em cena já no meio do filme e traz para a película o único personagem rico da trama, numa grande interpretação que rouba a cena e que foi totalmente mal aproveitada. Laurence merecia mais tempo de tela.
Nem a reviravolta final, que parece, foi criada justamente para fugir do mais do mesmo, funciona. A impressão que fica é de que a história já foi vista antes, seja pelas similaridades com Lost e Avatar, ou pela própria narrativa que dificilmente foge ou reinventa os clichês do gênero.
Rafael Tavares é diretor, produtor e roteirista audiovisual, formado em Produção Audiovisual e pós-graduando em TV, Cinema e Mídias Digitais
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