Permita-se para “A Cabana”

Victor Bitarello Victor Bitarello 18/04/2017

O fim de semana costuma representar o descanso, um momento de diversão. Ou ambos. Excepcionalmente, ele pode significar algo que, à primeira vista, pode parecer chato pra muita gente. Mas, a longo prazo, isso trará uma sensação que poderemos reconhecer como engrandecimento, enriquecimento. Esse algo chama-se reflexão. Reflexão é uma palavra que eu amo. Já há muito tempo, amo. Eu a tenho como uma das principais motivações de vida, e a tenho também como uma das principais buscas que o ser humano deveria ter. E é sobre reflexão que se trata esse trabalho: “A Cabana” (“The Shack”).

Após passar por aquilo que nas legendas do filme foi chamado de “grande tristeza”, um homem vive atormentado pela culpa. Num determinado dia, após receber uma carta misteriosa, ele decide aceitar o convite ali exposto. Ao chegar no local, ele passará por uma série de situações que o colocará sob intensa reflexão sobre a vida, sobre seus valores, sobre seus princípios.

“A Cabana” pede ao público abertura para entrar em seus corações. Pede que ele esteja aberto para receber mensagens, independente da religião que siga, ou até mesmo se não seguir alguma. Tudo o que é dito no filme é muito válido. A vida na Terra merece muito ouvir o que é falado ali. Ele não justifica os problemas do mundo, os males pelos quais o mundo passa. Mas nos chama a refletir sobre esses males, os acontecimentos, sobre nosso comportamento e atitude diante deles e diante das demais pessoas. É muito difícil não se apaixonar por aqueles personagens, cada vez que eles abrem a boca.

Não se trata de um trabalho para premiações, com grandes momentos de direção e atuação, apesar de ser impossível não babar com a Octavia Spencer.

Originado de um livro do tipo “best seller”, “A Cabana” não se propõe a levar às pessoas um discurso religioso, focado na religião “x” ou “y”. Pelo contrário. A proposta é demonstrar que existe uma possibilidade religiosa de ver a vida, mas que também é possível vivê-la independente da religião, mas refletindo. Refletindo sobre os bons, sobre os bens. Sobre tudo o que acontece, e viver de forma a não causar sofrimento a si próprio e ao alheio. Entendendo que o alheio e o próprio são importantes na mesma medida.

Esse é o tipo de filme no qual se encaixa “A Cabana”. Um filme do tipo mensagem. Do tipo permita-se. E reflita.

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