Victor Bitarello analisa longa After
É complicado escrever essa crítica focado somente em aspectos de análise de conteúdo e cinematográficos. "After" é leve, sem muitas delongas, sem adentrar profundamente em méritos x ou y. É agradável. Fora que meu lado romântico falou alto ao assistir esse filme de amor adolescente. E o cinema tem muitas funções. Não gosto de me restringir.
Deixa eu começar pelo primeiro aspecto que apontei.
Segundo minhas pesquisas, o longa é baseado em uma série de livros de uma autora chamada Anna Todd. Observei, nos créditos, que ela é uma das produtoras. Isso costuma ser ótimo, porque ajuda a evitar que os personagens fujam à essência que seus criadores tiveram ao elaborá-los. Ficou nítido que tais livros têm fortíssimo apelo popular, com alta capacidade de atingir a um público que ainda não foi muito maltratado pelos amores que passam por nossas vidas. Que acredita que todos encontrarão o amor.
Positivamente falando, considerando o tipo de proposta, ele tem direção e roteiro adequados para a história como um todo. Os ritmos dos acontecimentos, das descobertas das vidas do casal protagonista. Cada atitude acontece no momento certo, os revela e também mostra como seus sentimentos vão amadurecendo. O próprio personagem Hardin diz: "não há necessidade de ficarmos falando sobre o passado para eu te conhecer". Os encaixes de câmera são muito interessantes, tornam os atores muito atraentes em termos afetivos e sexuais, sem fazê-los perder a ternura da idade. É tudo muito bonito.
Eu aponto como negativo, de maneira bem sucinta, o fato de que ele repete, com relação à garota Tessa, o batidíssimo sonho de ser a mocinha escolhida pelo macho alpha do bando (não digo sobre a personagem em si, mas quem ela representa, ou seja, adolescentes heterossexuais do sexo feminino), bem como do despertar do amor por uma menina ainda moça, ainda intocada (no caso dos garotos). Para elas, ser a preferida. Algo como: "Ele escolheu a mim". E para eles: "Ela é digna de que eu lhe dê meu amor, já que é virgem". E eu fico pensando até que ponto ainda é assim na sociedade de hoje.
Passo agora ao aspecto romântico.
"After" é fofo. Terno. Hero Fiennes-Tiffin (Hardin) e Josephine Langford (Tessa) são lindos, estão muito no ponto, a produção de elenco soube escolher atores com muita química. Atuam bem, souberam aproveitar as ordens que iam recebendo ao longo da direção. A história se desenvolve de maneira gostosa. Torci muito por eles.
Indico demais para quem não exige que os filmes sejam só de ação ou do tipo "cult". Vale muito a pena.
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