Último livro escrito por Creusa Cavalcanti França será lançado no CCBM
Junto ao lançamento, poetisa recebe homenagem em exposição que vai até o fim do mês
*Colaboração
9/10/2013
É assim que a poetisa, professora, escritora e cidadã honorária de Juiz de Fora, Creusa Cavalcanti França (foto ao lado) refere-se ao tempo, na última obra que escreveu antes de morrer, em maio deste ano. O livro, escrito em 20 dias, estava parado na casa da escritora quando seu sobrinho e filho de criação, Ricardo Cavalcanti, recebeu uma ligação, na última semana. "Me perguntaram se o lançamento do Paisagens do Tempo estava de pé. Ela fez a publicação em vida e deixou a data de lançamento marcada. Pedi um dia para pensar, vi que tinha condições de fazer e quis continuar o trabalho dela. O primeiro exemplar, para variar, era meu", conta Ricardo, emocionado.
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Para homenagear a pessoa a quem diz dever todo seu caráter, formação e educação, o promotor cultural resolveu ir além do lançamento. O evento, que é realizado nesta quinta-feira, 10 de outubro, na Galeria Heitor de Alencar do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, também envolve uma exposição com documentos, diplomas, medalhas e condecorações que Creusa recebeu durante a vida. "Quero perpetuar a memória dela e fazer com que as pessoas que não a conhecem, saibam um pouco sobre sua história."
História essa que foi marcada pelo lançamento de 12 livros, participações em mais de 50 antologias poéticas, fundação da Academia juiz-forana de Letras, do Centro de Estudos Literários (CEL) em 1995, participação nas academias de Anápolis (SP), Petrópolis (RJ), Matias Barbosa (MG) e Rio Pomba (MG) e outros feitos que só comprovam sua grande contribuição para a cultura de Juiz de Fora e do Brasil. De acordo com Ricardo, Creusa foi "uma das mulheres mais cultas do estado de Minas Gerais e sempre cativou e cultivou as letras. Ela se deu, se doou à cultura." Sua contribuição foi reconhecida tanto na cidade quando nacionalmente por meio de títulos e prêmios, como o Mérito Cultural da União Brasileira de Escritores, que recebeu em 1999 e a Medalha Pedro Nava, dada pela Funalfa em 2004.
O livro
Segundo Ricardo, Creusa quis fazer o Paisagens do Tempo porque achava que seria sua última publicação. No livro, que reúne poemas, trovas e textos em verso e prosa, a autora homenageia Ricardo, além de Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais e alguns expoentes da cultura juiz-forana, como o escritor e advogado Leandro Luzone e a artista plástica Nequitz Miguel. No exemplar, com dedicatória pronta escrita ao sobrinho-filho, a poetisa deixa a homenagem que o emociona: Ao Ricardo, augurando que possa encontrar no culto da palavra o diuturno compromisso que o permita adentrar as belezas da emoção e do raciocínio. Que a poesia lhe descere os horizontes azuis.
Apesar de ter nascido em Piraju (SP), Creusa tinha orgulho de ser cidadã honorária de Juiz de Fora, como comprovam suas palavras: É, é neste cenário, onde arranha-céus parecem nivelar-se às colinas, que a cidade se agita, numa efervescência cultural – o que mais a caracteriza. Amo-a a mercê de seus encontros culturais, da manifestação de seus artistas, do bulício de seus estudantes, do afã de seus operários, do progresso de sua indústria, do seu misticismo, enfim, do seu decidido avante ao porvir.
Para Ricardo, seu legado é especial. "Foi um projeto muito bonito de algo que muitas pessoas não levam para frente, que é a cultura. Enquanto eu estiver vivo, vou eternizar a memória dela."
Serviço
Paisagens do Tempo é lançado nesta quinta-feira, 10 de outubro, às 20 horas, na Galeria Heitor de Alencar do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas. A exposição permanece na Galeria até o fim de outubro.
*Laura Lewer é estudante do 6º período de Jornalismo do CES/JF
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