Solidariedade que vem de ber?o Armando Falconi Filho cresceu vendo a av? ajudar o pr?ximo e hoje
assiste mais de 500 fam?lias em Juiz de Fora

Marinella Souza
*Colabora??o
14/01/2008

Ainda menino, Armando Falconi Filho (foto ao lado) teve seu primeiro contato com a sensa??o de ajudar o pr?ximo. Sua av?, uma parteira de origem italiana, n?o tinha hora para atender as parturientes de Astolfo Dutra.

O garoto cresceu ajudando-a nesses servi?os e, j? maior de idade, conheceu a doutrina esp?rita que veio ao encontro de suas cren?as e valores."A doutrina esp?rita nos ensina que, sem caridade n?o h? salva??o, assim, comecei a ajudar um orfanato na minha cidade", conta.

Buscando forma??o em acupuntura chinesa, Falconi foi estudar em S?o Paulo e, mais uma vez, o destino o aproximou da caridade. "Em S?o Paulo, meus orientadores eram m?dicos e monges budistas. Os budistas tamb?m t?m trabalho solid?rio e isso serviu como um refor?o para meus la?os de solidariedade".

Falconi relembra que, quando veio para Juiz de Fora, trabalhou como volunt?rio em tr?s centros esp?ritas at? criar a Funda??o Esp?rita Alan Kardec (Feak), na qual trabalha at? hoje cuidando de centenas de familias carentes.

O objetivo da funda??o era mudar o foco do trabalho social na cidade. Falconi revela que ele e sua primeira esposa queriam sair do assistencialismo puro e simples e fazer um trabalho de promo??o da fam?lia. "As fam?lias assistidas pela Funda??o recebem um acompanhamento m?dico, dent?rio, psicol?gico, fonoaudiol?gico, escolar. E al?m disso, tamb?m recebem refor?o nutricional. O assistencialismo n?o foi deixado de lado, apenas incrementamos o que era oferecido", explica.

Resultados do amor

Segundo Falconi, o que o motiva a continuar trabalhando em benef?cio do pr?ximo ? o resultado que se obt?m quando as pessoas s?o tratadas com amor. "N?o tem pre?o que pague estar andando na rua, de terno e gravata e ser parado por uma pessoa de p? no ch?o que te reconhece e respeita. ? muito bom".

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de Falconi falando O acupunturista explica que quando uma pessoa recebe amor de verdade, ela tende a mudar positivamente. "Um simples sorriso, um gesto de carinho ? capaz de melhorar o estado de sa?de f?sica e emocional de uma pessoa".

Segundo Falconi, o diferencial do seu trabalho ? dar aos assistidos um tratamento individualizado, humanizado. "O que n?s queremos ? fazer com que a pessoa tome consci?ncia de que ? gente, fazer com que ela deixe de ser um bichinho acuado na sociedade", diz.

A grande recompensa desse trabalho ? "a sensa??o de estar sendo ?til e ensinar os outros a serem ?teis tamb?m". Falconi realiza um trabalho de conscientiza??o da import?ncia do trabalho volunt?rio.

"Eu n?o estou engajado no trabalho volunt?rio para ganhar o reino do c?u, o trabalho volunt?rio ? um compromisso pessoal. ? isso que passamos para a nossa equipe", comenta.

O acupunturista garante que n?o tem pretens?es de salvar o mundo. Seu objetivo ? fazer o bem hoje para ficar bem com a consci?ncia. "N?o posso fazer tudo, mas fa?o o que posso", esse ? o seu lema.

Engajamento em fam?lia
Casado pela segunda vez, Falconi conta que a segunda mulher tamb?m o acompanha no trabalho volunt?rio e os filhos tamb?m participam dos atos de solidariedade. "Meus filhos cresceram visitando lepros?rios, hospitais, casas mais humildes, eles iam no colo e, hoje, me ajudam a tocar a Funda??o. Estamos todos juntos nesse projeto", orgulha-se.

Para ele n?o importa cor, condi??o social, estado de sa?de ou orienta??o sexual: se a pessoa quer ser ajudada, ela ter? ajuda. "N?o quero consertar ningu?m porque ningu?m vem com defeito, quero apenas melhorar a pessoa que quer ser melhorada".

Falconi de perfil Adulto, maduro e consciente de seu papel na sociedade, Falconi ainda lembra dos conselhos de sua av?, que sempre lhe dizia "quem fala o que sabe e d? o que tem, n?o deve nada a ningu?m."

Segundo Falconi, o que falta hoje ? comprometimento. "As pessoas alegam falta de tempo para fazer um trabalho volunt?rio, mas tempo ? uma quest?o de prefer?ncia. Voc? n?o precisa pensar para ajudar, basta fazer. Fa?a o que estiver ao seu alcance, sempre tem algo que voc? pode fazer!", ensina.

Com os olhos sempre brilhando e com enorme senso de humor, Armando Falconi fala sorrindo e cita um ditado antigo para justificar suas a?es: "o mal que me faz mal n?o ? o mal que me fazem, ? o mal que eu fa?o. O bem que me faz bem n?o ? o bem que me fazem, ? o bem que eu fa?o."

? pensando nisso que o acupunturista continua praticando o bem e estimulando as pessoas a praticarem o bem para ajudarem a si pr?prios. A Funda??o que encabe?a atende hoje a 150 fam?lias diretas e 450 indiretas e seu maior sonho ? aumentar esse n?mero. "O que eu mais quero ? vencer a mim mesmo e ajudar mais o pr?ximo. Quero fazer o que estiver ao meu alcance e lutar para que esse alcance seja cada vez maior".

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social da UFJF


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