SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ferramentas que permitem comparar indicadores econômicos e sociais estaduais e encontrar políticas públicas para reduzir desigualdades regionais. Essa é a proposta de dois painéis que estão sendo lançados pelo Imds (Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social).

O Imds - Eleições 2022 é um conjunto de indicadores estaduais divididos em 11 temas. É a primeira etapa de um projeto mais ambicioso, que irá incorporar dados dos municípios brasileiros até as eleições de 2024. Neste momento, também está sendo disponibilizado um banco com mais de cem políticas públicas nessas mesmas áreas, desenvolvidas no Brasil e em outros países, algumas testadas e outras apontadas como promissoras: a Plataforma Impacto em Mobilidade Social.

A ideia é que essas ferramentas sirvam de referência para candidatos, gestores e pesquisadores. Também podem ser usadas para que órgãos de controle e cidadãos cobrem resultados e acompanhem o desempenho histórico de sua região em cada tema, em relação a outros estados. "A pessoa está vendo, por exemplo, dados sobre evasão escolar no Imds Eleições e pode acessar uma política pública para ver o que se faz para combater esse problema", afirma Paulo Tafner, diretor-presidente do Imds.

Segundo o instituto, não se trata de um repositório de fórmulas ou receitas, mas um ambiente com insumos que fomentem a reflexão de como aplicar ideias que já se mostraram eficazes no enfrentamento de problemas sociais.

Os dados também podem ser observados do ponto de vista da evolução do indivíduo, das famílias e do território em que vivem.

Os números mostram, por exemplo, a diferença entre o percentual de alunos do 3º ano do ensino fundamental com proficiência adequada em leitura, que varia de 62% em Minas Gerais e Santa Catarina a 19% no Amapá.

Ou o percentual de pessoas de 18 a 24 anos que não trabalham nem estudam (nem-nem), de 13% em Santa Catarina a 48% no Maranhão. Esses mesmos dois estados possuem uma grande diferença no indicador de pessoas da mesma faixa etária em situação de extrema pobreza, respectivamente, 2,4% e 23,7%.

Entre as políticas citadas, há algumas mais novas, ainda sem avaliação de resultados, mas que já se mostram promissoras, como o Crédito Popular do Recife.

O programa, de estímulo à geração de emprego e renda, concede empréstimos de até R$ 3.000 a empreendedores formais ou informais e organizações de caráter coletivo e solidário, com juros de 0,99% ao mês. Quem paga em dia as 11 primeiras parcelas tem a 12ª bancada pela prefeitura.

Há programas testados, como o Jovem de Futuro, parceria entre o Instituto Unibanco que já chegou a 11 estados, com foco na melhora da gestão em escolas, secretarias de educação e regionais.

Os resultados até o momento mostram um ganho de um ano adicional de aprendizado durante o ensino médio, período que dura três anos, para esses alunos. Atualmente, o programa está em cinco estados que representam quase 20% das matrículas do ensino médio nacional. Todos eles avançaram em indicadores como diminuição de evasão e redução das diferenças entre alunos e aprendizagem.

Foto: Pixabay - Dedo toque de mão