SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, 30, suspeito de matar com um tiro na cabeça o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, 33, até agora de manteve calado durante depoimentos aos policiais que cuidam do caso e não apresentou sua versão dos fatos.

Lo foi morto durante um show do grupo Pixote no Esporte Clube Sírio, no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo, na madrugada de domingo (7).

Apontado por testemunhas como autor do disparo, Velozo se entregou à polícia na noite do próprio domingo, após a Justiça decretar sua prisão temporária por 30 dias --a decisão foi confirmada em audiência de custódia nesta segunda (8). Ele foi indiciado sob suspeita de homicídio qualificado por motivo fútil, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública do estado).

Segundo o delegado José Eduardo Jorge, da 16ª DP (Vila Clementino), o tenente não se pronunciou quando policiais civis tentaram ouvi-lo nas dependências do Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte, onde está detido.

O delegado disse nesta terça-feira (9) que a ideia era ouvir Velozo na noite de domingo no 17° DP (Ipiranga), mas isso não foi possível devido à presença de amigos do lutador no local.

O advogado João Carlos Campanini, responsável pela defesa do policial, disse que por causa do tumulto na delegacia também não conseguiu falar com seu cliente reservadamente.

"Iremos nos pronunciar tão logo tenhamos o pleno acesso a ele para reunião", acrescentou.

O delegado disse que cinco pessoas já foram ouvidas no inquérito que apura a morte de Lo até agora e que todas elas apresentaram versões semelhantes do que aconteceu, de que o policial atirou após ter sido imobilizado pelo lutador.

O PM estava de folga no momento do crime. O advogado da família do lutador, Ivã Siqueira Junior, afirma que testemunhas disseram que os dois se desentenderam após Velozo entrar na roda de amigos de Lo, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. De acordo com os relatos, o policial tentava provocar o atleta.

Lo teria em seguida derrubado o homem e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, ainda segundo relatos.

O homem teria, então, sacado uma arma e atirado uma única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa. A vítima chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local e foi levada ao hospital, mas não resistiu. A arma usada por Velozo pertence à Polícia Militar.

Lo recebeu diversas homenagens durante seu enterro nesta segunda (8). Lutadores foram de quimono até o Cemitério do Morumby, onde ocorreu a cerimônia.


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