SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sabine Boghici, presa na manhã desta quarta por dar um golpe milionário contra a própria mãe envolvendo quadros roubados de Tarsila do Amaral, tentou carreira como atriz e cantora e ostenta um ativismo ferrenho de protetora de animais.

Filha de Jean Boghici, um dos mais influentes marchands brasileiros morto há sete anos, a atriz de 48 anos chegou a estrelar em 2015 uma série chamada "Amor de Pet - Sabine e Seus Adoráveis Bichinhos Adotados" com relatos de suas aventuras resgatando animais das ruas.

Seu perfil no Instagram a define como "protetora de coração, vegetariana pelos animais". Hoje Boghici é acusada pela polícia de enganar a mãe para subtrair um valor estimado em chegar a R$ 720 milhões.

Quando apareceu pela primeira vez no jornal Folha de S.Paulo, há dez anos, Boghici comemorava ter salvado duas cadelas e 14 gatos de um incêndio que consumiu parte da frondosa coleção de arte de seu pai, na cobertura dúplex de Copacabana onde a família morava ?inclusive telas simbólicas como "Samba", do modernista Di Cavalcanti.

"Os bombeiros diziam que eu tinha de sair, mas não obedeci", contou ela na ocasião, quando foi pega de surpresa pelo incêndio de origem desconhecida enquanto estava no banho. "Buscava os gatos, levava ao apartamento ao lado e voltava para buscar mais."

Dois dos bichanos, Pretinha e Meu Amor, não resistiram ao fogo. Sabine também lamentou à reportagem a perda de uma coleção antiga de mais de 70 Barbies dos anos 80 ?todas "ainda na caixa"? e um forte-apache Casablanca.

Foram destruídas também gravações originais para um CD que pretendia lançar. Nunca deslanchou como cantora, mas sua fama se espalhou aos quatro ventos nesta quarta, quando foi presa no Rio de Janeiro como pivô de um dos escândalos mais impressionantes a revolver o mundo das artes plásticas.

Isso porque o golpe que é acusada de dar em sua mãe, Geniviève, de 82 anos ?a quem também teria mantido em cárcere privado por mais de um ano? envolveu o roubo de uma das telas mais emblemáticas da pintora Tarsila do Amaral, "Sol Poente", num esquema que abarcou também uma suposta vidente e um falso tratamento médico.

Estão envolvidas no enrosco também obras de Cicero Dias e Alberto Guignard, além de duas telas de Antonio Dias e Rubens Gerchman exportadas para Eduardo Costantini, fundador do Malba, principal museu de arte da Argentina.


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