SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar estendia seus ganhos em relação à moeda brasileira nesta sexta-feira (16), superando a marca de R$ 5,25 e ficando a caminho de forte valorização semanal, com os receios sobre um ciclo de alta de juros muito agressivo nos Estados Unidos continuando a impor cautela internacional.
Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,23%, a R$ 5,2515 na venda.
Nesta quinta-feira (15), as negociações no mercado financeiro global ainda refletiram as preocupações com um ambiente de juros altos nas principais economias e, consequentemente, menos favorável às aplicações em renda variável, como os mercados de ações.
Esse temor ganhou força na última terça (13), quando os Estados Unidos divulgaram que a inflação no país em agosto ficou acima do esperado.
O dólar comercial fechou em alta de 1,15% nesta quinta, cotado a R$ 5,2390. O real apresentou o pior retorno frente à moeda americana na comparação com divisas de outros países emergentes.
Na Bolsa de Valores brasileira, o índice Ibovespa caiu 0,54%, aos 109.953 pontos, acompanhando o recuo dos principais mercados de ações no exterior.
Em Nova York, o índice de referência S&P 500 caiu 1,13%. O indicador da Nasdaq perdeu 1,43%. O Dow Jones recuou 0,56%.
O dado mais recente de inflação nos EUA renovou os temores dos investidores acerca de uma alta de juros mais agressiva por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
A inflação americana subiu 0,1% em agosto em relação a julho. No acumulado em 12 meses, a alta dos preços ficou em 8,3%.
Analistas de mercado esperavam que o CPI, sigla em inglês para índice de preços ao consumidor, mostrasse deflação de 0,1% no mês e, no acumulado em 12 meses, queda de 8,5% para 8,1%.
Também exerceu pressão negativa sobre o Ibovespa a queda dos preços do petróleo, uma vez que a desvalorização da matéria-prima impacta as ações da Petrobras. Os papéis mais negociados da companhia cederam 0,19%.
O preço do barril do petróleo tipo Brent recuava 3,56% no fim da tarde desta quinta, cotado a US$ 90,75 (R$ 474). Um acordo entre empresas ferroviárias e sindicalistas nos Estados Unidos, intermediado pelo governo do presidente Joe Biden, pode ser o responsável por parte da queda, segundo o The Wall Street Journal.
A paralisação de trens cargueiros impediria entregas de carvão para geração de energia no país e aumentaria a demanda pelo óleo e por gás natural.
O preço da mercadoria ainda foi afetado pela informação de que o Departamento de Energia dos Estados Unidos não tem planos de reabastecer suas reservas de emergência neste ano.
Com Reuters
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