BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Com a troca do governo, dirigentes dos principais fundos de pensão de estatais chegaram até a contratar headhunters (caçadores de talentos) para costurar indicações em outras fundações de previdência ou órgãos ligados à administração indireta.

Um desses executivos é Bruno Dias, presidente da Petros, o bilionário fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. Funcionário de carreira do BNDES, ele é ligado a Solange Vieira, indicada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para comandar a Susep (Superintendência de Seguros Privados).

A missão de seu headhunter é difícil: desvincular seu nome de Gustavo Montezano, presidente do BNDES, e de Solange Vieira, junto ao PT.

Uma das saídas será lembrar que Solange Vieira foi presidente da Anac, a agência da aviação, durante o primeiro mandato de Lula.

Por meio de sua assessoria, Bruno Dias negou ter contratado headhunter para deixar a fundação.

Ele disse que segue "focado no comando da fundação" e que, sob sua gestão, os dois planos de benefício definido mais importantes do Petros apresentaram um superávit depois de 9 anos.

Na diretoria da Funcef e da Previ (Banco do Brasil), três executivos falaram com a coluna sob a condição de anonimato. Afirmam que já acionaram lideranças partidárias da base de apoio de Lula para arranjar indicações. Um deles também acionou um recrutador com interlocução junto a políticos do PT e do PSB para fazer a ponte.

Na Funcef, o PDT, partido do ex-deputado Carlos Lupi, é o que vem recebendo mais pedidos para cargos em bancos estatais, fundos de pensão ou na Previc, o órgão regulador desse setor.

Segundo um dos dirigentes da Funcef envolvido, quem coordena essa movimentação por cargos no PDT é o diretório nacional.

Lupi deu apoio a Lula no segundo turno da campanha eleitoral em momento decisivo para a formação da chamada "frente ampla", que garantiu a vitória ao petista.


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