SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O percentual de brasileiros que acham que a situação econômica do país vai melhorar nos próximos meses caiu em dezembro, após atingir em outubro o maior patamar da série histórica da pesquisa Datafolha. Desde junho, os números só vinham aumentando, tendência interrompida neste primeiro levantamento feito após o segundo turno das eleições.
Os dados mostram diferenças relevantes nas avaliações dos entrevistados de acordo com suas escolhas políticas. O pessimismo com o futuro também aumentou, em especial, entre eleitores do atual presidente.
A situação econômica do país melhorou nos últimos meses para 26% dos entrevistados, de acordo com o levantamento realizado na última segunda (19) e terça-feira (20). Eram 34% às vésperas do segundo turno das eleições, quando o número estava em nível recorde da série histórica iniciada em 2015 para essa questão.
São 38% que viram a situação do país piorar nos últimos meses, ante 42% em outubro, uma oscilação dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Para 35%, ficou igual. Eram 23% em outubro.
O Datafolha também perguntou sobre as expectativas para a economia. Avaliam que a situação econômica do país irá melhorar nos próximos meses 49% dos entrevistados, ante 62% na pesquisa de outubro --nível ainda elevado para a série que, nesse caso, começa em 2019.
São 20% que esperam piora. Eram 13% em outubro. Para 28%, a economia ficará como está, ante 16% na pesquisa anterior.
O Datafolha destaca que a expectativa com o futuro da economia está praticamente no mesmo nível do primeiro ano do governo atual, tanto em termos de otimismo como de pessimismo dos entrevistados.
No recorte eleitoral, a situação atual da economia é vista como positiva por 41% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e por 11% dos que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O futuro é visto como positivo por 79% dos eleitores do petista e por 19% dos que votaram no atual presidente.
Situação pessoal Em relação à situação econômica do próprio entrevistado, são 31% os que veem melhora nos últimos meses, ante 34% do levantamento anterior. Dizem que piorou 31%, ante 33% dois meses antes. Para 38%, ficou como estava. Eram 33% em outubro.
Em relação ao futuro, a expectativa de melhora na sua situação pessoal nos próximos meses caiu de 70% para 59% em relação à pesquisa anterior. A de piora passou de 5% para 11%.
Aqui também há diferenças em relação à opção política. Entre eleitores de Bolsonaro, 45% viram melhora nos últimos meses, 38% não esperam mudanças e 37% se mostram otimistas com a sua situação econômica nos próximos meses.
Entre os que votaram em Lula, apenas 17% viram melhora nos últimos meses, e 79% estão otimistas com o futuro.
A expectativa de melhora para a economia brasileira é maior entre desempregados (67%) e donas de casa (57%). Também é maior entre os mais pobres (57%) do que entre os mais ricos (18%), entre católicos (53%) do que entre evangélicos (41%) e moradores do Nordeste (64%) do que do Sul (34%).
Entre empresários, 51% dizem que sua situação econômica melhorou nos últimos meses e 52% estão otimistas com o futuro. A avaliação negativa é de 17% nos dois quesitos. Em relação ao futuro do país, 37% dizem que a economia ficará como está, 31% esperam melhora e 30%, piora.
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