SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa opera em alta e o dólar em queda no início da tarde desta segunda-feira (13), em dia de agenda econômica esvaziada, com os investidores tentando se posicionar para os eventos marcados para o decorrer da semana, como a divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos, nesta terça-feira (14), e a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) na quinta-feira (16).
Às 13h00 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,76%, a 108.895 pontos. O dólar comercial à vista caía 0,95%, a R$ 5,171.
Os juros operavam em leve alta no mesmo horário nos vencimentos mais curtos, refletindo principalmente o aumento das projeções para a Selic no relatório Focus, do Banco Central, de 12,50% para 12,75% ao final de 2023.
Os contratos para janeiro de 2024 subiam de 13,44% do fechamento da última sexta-feira (10) para 13,48% ao ano. Para 2025, a taxa subia de 12,87% para 12,89%. No vencimento em 2027, a taxa recuava de 13,10% para 13,04%.
O encontro do CMN, órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação, está agendado para quinta-feira (15). A reunião virá depois de notícias de que a equipe econômica do governo estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo Banco Central, com boatos de que o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, aceitaria a mudança.
Embora as metas de inflação oficiais do país sejam comumente definidas na reunião de junho do CMN, nada impede que os objetivos sejam alterados já no encontro desta semana.
Caso o Banco Central concorde com alterações já na quinta-feira, investidores poderiam interpretar isso como fraqueza diante da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem formado um coro insistente para reclamar do patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 13,75%, e questionar a autonomia da autarquia.
Em meio a algum nervosismo do mercado antes da reunião, Campos Neto dará entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que irá ao ar a partir das 22h desta segunda-feira. O Banco Inter disse em nota que o mercado aguarda "seus comentários sobre os recentes ataques de Lula à sua pessoa e ao Bacen".
O mercado financeiro se mobilizou para tentar melhorar a relação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Banco Central. Os dois têm encontro marcado para a quinta (16), na primeira reunião do ano do Conselho Monetário Nacional, integrado por eles e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Diversos agentes do mundo das finanças que têm interlocução com o PT e o BC se mobilizaram no mesmo sentido. A expectativa é a de que Lula também possa aderir a um armistício. O presidente tem mantido duras críticas à instituição.
Analistas apontam que uma revisão da meta de inflação, eventualmente apoiada pelo BC, traria dúvidas sobre a efetividade da independência da autoridade monetária, o que poderia elevar ainda mais as projeções para inflação e juros.
Em Nova York, as bolsas sobem, com investidores do mundo inteiro no aguardo de uma leitura de inflação norte-americana prevista para terça-feira, que pode oferecer mais pistas sobre a trajetória de aperto monetário do Federal Reserve.
O índice Dow Jones subia 0,86% perto das 13h00 (horário de Brasília, o S&P 500 tinha alta de 0,65%, e o Nasdaq avançava 1,16%.
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