BARCELONA, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Presidente da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o ex-senador Jorge Viana (PT) afirmou que seria justo que as grandes empresas de tecnologia dividam parte da conta por infraestrutura de telefonia.

A Apex serve para atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos do Brasil, e é vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.

Viana participava do lançamento de um estudo da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) em parceria com a Huawei sobre a adoção de redes de 5G fixo no Brasil.

"É justo que as big techs paguem [parte dos investimentos]", afirmou o petista. "Se não, a conta não fecha."

Ele citou que a maior parte do uso dessa rede se dá por essas empresas. "Dinheiro elas estão ganhando. Precisam pagar para usar a infraestrutura de um país que quase não tem".

O tema virou uma das principais discussões durante o MWC (Mobile World Congress), que acontece nesta semana em Barcelona. O setor de telefonia alega que transformações tecnológicas esperadas para os próximos anos, como metaverso, trazem uma expectativa de crescimento exponencial da demanda de tráfego de dados, que já vêm alta.

Eles pedem o que chamam de "partilha justa" dos custos com as big techs, maiores responsáveis pelo uso das redes de telecom.

Na quinta (23), a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, abriu uma consulta pública sobre o tema da "partilha justa", aberta até o dia 19 de maio.

Representantes da empresa de tecnologia argumentam que o pagamento reduziria sua capacidade de investir em novos produtos, prejudicando os consumidores e as próprias empresas de telefonia. Dizem também que o setor de telecom se beneficia do conteúdo das big techs para vender planos de internet.

**5G FIXO**

O estudo coloca o Brasil em estágios iniciais de implantação das redes fibra ótica 5G e mapeia soluções adotadas por outros países para avançar na modalidade.

"O objetivo é estimular a adoção do uso massivo de fibra", afirmou Viana.

O estudo cita que a velocidade média da banda larga no Brasil foi de 18,7 para 88,7 Mbps (megabits por segundo) entre 2017 e 2020. A meta é que chegue a 150 até 2023.

O estudo, no entanto, cita desafios para que o Brasil entre num mercado de cobertura de fibra total. Um deles é o desequilíbrio: enquanto a modalidade está bem consolidada em alguns estados do Sul, é bem mais escassa em outras regiões.


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