SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio à crise bancária que atingiu os mercados globais com a quebra do SVB (Silicon Valley Bank) nos Estados Unidos na semana passada, e as dificuldades financeiras do Credit Suisse na Europa, mais um banco começa a chamar a atenção dos investidores.

A bola da vez é o First Republic Bank, um banco de médio porte fundado em 1985 em São Francisco, nos Estados Unidos.

As ações do banco operavam em forte queda nesta quinta-feira (16), com desvalorização acima de 20%, dando sequência à trajetória de baixa já registrada ao longo dos últimos dias. Desde o fechamento do dia 8 de março, os papéis já desabam cerca de 80%.

Segundo relatos de agências internacionais, o governo dos Estados Unidos tem mantido conversas com grandes bancos como JP Morgan, Citigroup, Bank of America e Morgan Stanley, para preparar um plano de resgate do First Republic, que estaria com a situação fragilizada com o aumento da aversão ao risco entre os investidores, receosos com o risco de um contágio de forma mais ampla no setor financeiro na esteira dos problemas envolvendo SVB e Credit Suisse.

De acordo com reportagem do The Wall Street Journal, as discussões em curso envolveriam um potencial aumento de capital para capitalizar o First Republic, que era negociado com um valor de mercado em torno de US$ 5 bilhões na Bolsa de Nova York. A venda do banco também seria uma opção em discussão.

Ao final de dezembro do ano passado, o First Republic somava cerca de US$ 210 bilhões (R$ 1,1 trilhão) em ativos totais, com 80 escritório em sete estados dos EUA.

O jornal relata que os clientes retiraram bilhões de dólares em depósitos do First Republic nos últimos dias, com o banco já tendo anunciado no domingo um acordo com o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e o JP Morgan para acessar uma linha de crédito de US$ 70 bilhões (R$ 370 bilhões).

Apesar dos esforços, na quarta-feira (15) a agência de classificação de risco rebaixou os ratings do First Republic de A- para BB+

Já a Bloomberg indicou que detalhes sobre o plano de resgate, que precisa ser aprovado pelos órgãos reguladores, podem ser anunciados ainda nesta quinta-feira.

Desde a última sexta (9), os agentes do mercado financeiro global adotaram um tom de cautela, após a quebra do SVB, banco voltado para o setor de startups que foi duramente atingido pelo aumento dos juros pelo Fed, que causou prejuízos bilionários para a carteira alocada em títulos de longo prazo do governo americano.

A derrocada do SVB elevou as tensões em relação aos demais bancos regionais nos Estados Unidos, que têm capacidade limitada de lidar com um cenário macroeconômico adverso com a alta dos juros pelo BC norte-americano.

Nesta semana, foi a vez do gigante Credit Suisse, o segundo maior banco da Suíça, entrar no radar dos investidores, depois de o banco divulgar distorções no balanço financeiro e a necessidade de injeção bilionária de capital.

Apesar da situação delicada do Credit Suisse, suas ações têm uma sessão de forte recuperação dos preços nesta quinta, após o banco central da Suíça oferecer apoio financeiro para reestabelecer as operações do banco.

Redes sociais/Instagram - Firts

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