RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, em duas semanas, 24 pessoas suspeitas de integrar duas quadrilhas especializadas em aplicar golpes do falso empréstimo consignado. As investigações apontaram que as principais vítimas eram idosos e beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Uma das quadrilhas foi localizada na quinta-feira (30), em um espaço que funcionava como uma espécie de central telefônica em Bonsucesso, na zona norte do Rio. No local, 16 pessoas foram presas. Elas foram flagradas pelos agentes captando diversos documentos e imagens de vítimas.
Segundo a polícia, os criminosos usavam roteiros, que simulavam diálogos para ajudar a convencer quem atendia a ligação. O golpista que enganasse mais pessoas ainda virava destaque no ranking da quadrilha.
Na sala, também foi encontrado um quadro em que os integrantes da organização criminosa comemoravam ganhos de mais de R$ 300 mil em todo o país.
Já em Niterói, na região metropolitana do Rio, a polícia fechou outra central que praticava o mesmo esquema. A ação ocorreu na semana passada. Oito pessoas foram presas em flagrante.
Também foram apreendidos documentos com relações de nomes, CPFs e dados privados, a maioria de pessoas de outros estados. Havia ainda uma agenda com dados e impressões dos primeiros contatos com as vítimas.
Celulares e computadores também foram apreendidos e passarão por perícia para ajudar a identificar os chefes das quadrilhas e possíveis empresas envolvidas no esquema fraudulento.
O delegado Hilton Pinho explicou que para concluir o golpe, os criminosos se passavam por operadores de telemarketing e entravam em contato com as vítimas informando que o crédito consignado que elas haviam contratado já estava disponível para saque.
"Quando a pessoa dizia não ter solicitado o empréstimo, recebia orientações do falso atendente para cancelar o pedido. Algumas das vítimas inclusive enviavam os seus documentos pessoais pelo WhatsApp, e, a partir disso, ocorria o golpe", disse o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, os presos "afirmaram ter ciência de que a estrutura era voltada para aplicação de golpes" que geravam prejuízos para aposentados e pensionistas. Os suspeitos vão responder por associação criminosa.
Só neste ano, 400 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no crime, segundo a Polícia Civil. De acordo com delegado Hilton Alonso, as delegacias recebem diariamente registros de ocorrências sobre esses "escritórios do crime", que funcionam como espécie de centrais de telemarketing para enganar as vítimas.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, o delegado orienta entrar em contato com bancos por meio de canais oficiais ou pessoalmente. Ao sinal de qualquer suspeita, é fundamental procurar a polícia.
"Se você não solicitou a proposta de empréstimo, questione por que a atendente o procurou e como obteve seus dados pessoais. Des confie sempre de ofertas muito vantajosas e não realize qualquer depósito ou transferência, como condição para receber qualquer valor. Nenhuma instituição confiável solicita antecipação para liberar o dinheiro", afirmou Alonso.
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