BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Para evitar uma quebradeira generalizada, o homecare, serviço de internação domiciliar, tenta reajustar suas diárias em 35% com a entrada em vigor no novo piso da enfermagem no início de julho.

É o que mostram os dados do Nead (Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar), que representa o setor.

Atualmente, as cerca de 1.200 empresas do ramo conversam com os planos de saúde para viabilizar o repasse automático dos custos, que representarão 54% de sua receita líquida.

Também tentam, em outra frente, mostrar para os ministros do Supremo Tribunal Federal os efeitos danosos caso a aplicação do novo piso não seja "modulado". O assunto está sendo julgado pelo plenário.

Caso não tenham sucesso, os lucros passarão dos atuais 21,3% para 2,3%, encurtando o fôlego para a grande maioria das empresas.

Essa situação também preocupa hospitais públicos e privados, porque o homecare permite a liberação de leitos quando um paciente internado tem condições de ser atendido em casa.

Hoje, são mais de 100 mil profissionais atendendo 350 mil pacientes -demanda que exigiria dos hospitais investimentos na construção de 35.432 novos leitos.

O novo piso da enfermagem, no entanto, pesa mais para o homecare do que para os hospitais.

No atendimento domiciliar é preciso ter quatro profissionais para garantir atendimento integral a um único paciente. Isso porque esse profissional trabalha em regime de 12 horas na ativa para 36 horas de descanso.

O novo piso -R$ 3.325 para técnicos e R$ 4.750 para enfermeiros- foi definido por uma lei sancionada por Jair Bolsonaro e contestada junto ao Supremo Tribunal Federal.

Está em vigor por uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso que será decidida pelo plenário. O julgamento está interrompido com um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

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