RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu pela quarta semana seguida após disparar com a retomada da cobrança integral de impostos federais. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o produto foi vendido, em média, a R$ 5,52 por litro.

É uma queda de R$ 0,03 em relação à semana anterior, mas o valor ainda fica acima dos R$ 5,36 por litro verificados antes da retomada da cobrança integral de impostos federais. A Petrobras chegou a cortar seu preço de venda no mesmo dia, mas não conseguiu compensar totalmente a elevação.

É esperado algum reajuste nos preços da estatal, diante das elevadas defasagens em relação às cotações internacionais. Por enquanto, a companhia diz que não quer repassar volatilidades ao mercado interno.

Nesta sexta-feira (4), o tema foi recorrente em teleconferência da empresa para explicar a queda de 47% no lucro do segundo trimestre de 2023. Analistas demonstraram preocupação com a capacidade da empresa de represar os preços sem comprometer suas finanças.

No segundo trimestre, quando a estatal implantou a nova política de preços, o lucro de sua área de refino caiu 87% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem desse segmento ficou em 8%, a pior desde o período mais crítico da pandemia.

Em entrevista para detalhar o balanço, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a nova estratégia comercial não explica o desempenho. É absolutamente desconexa essa linha de raciocínio", afirmou. "Tivemos queda brutal do [petróleo] Brent".

A direção da empresa diz que a queda do lucro da área de refino reflete o recuo das margens globais de produção de combustíveis, principalmente o óleo diesel. "Isso afetou o setor como um todo", disse o diretor de Comercialização e Logística da empresa, Claudio Schlosser.

Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,63 por litro abaixo da paridade de importação na abertura do mercado desta sexta-feira. Na média nacional, a diferença é de R$ 0,53 por litro.

No caso do diesel, a defasagem dos preços da Petrobras é ainda maior, de R$ 1,09 por litro, segundo as contas da Abicom, enquanto a média nacional é de R$ 0,96 por litro.

Nas bombas, o preço do diesel S-10 subiu R$ 0,02 por litro nesta semana, após 30 semanas consecutivas de queda, que levaram o produto abaixo da casa dos R$ 5 por litro pela primeira vez desde maio de 2021. Com a leve alta, ele voltou a R$ 5 por litro.

O etanol hidratado também segue em baixa, fechando a semana a R$ 3,62 por litro, R$ 0,06 a menos do que na semana anterior, refletindo queda das cotações nas usinas de São Paulo.

De acordo com a ANP, o preço do gás de cozinha também segue em queda. Esta semana, o botijão de 13 quilos foi vendido, em média, a R$ 101,38, contra R$ 101,63 na semana anterior.

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ANP

José Cruz/Agência Brasil - Posto de combustível

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