RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) teve lucro recorrente de R$ 3,7 bilhões no primeiro semestre de 2023, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (16) pela instituição. O montante representa uma queda de cerca de 45% em relação a igual período de 2022.
O lucro recorrente desconsidera fatores que não tendem a se repetir. Segundo o BNDES, a redução está associada a devoluções antecipadas de recursos para o Tesouro Nacional ao longo de 2022.
Os desembolsos, que representam os financiamentos para diferentes setores da economia, chegaram a R$ 40,6 bilhões no primeiro semestre de 2023. Isso representa um crescimento de quase 22% ante igual período do ano passado.
Ao longo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o BNDES pretende ampliar seu papel como financiador de projetos na economia.
Para isso, a diretoria da instituição vem defendendo uma redução no nível de repasses para o Tesouro Nacional. Isso, contudo, pode esbarrar em resistências no Ministério da Fazenda, devido ao impacto nas contas públicas.
A gestão de Aloizio Mercadante tem planos de dobrar o nível de desembolsos (financiamentos) do BNDES até 2026. Assim, a ideia é retomar um patamar próximo a 2% do PIB (Produto Interno Bruto), verificado antes do impulso a empréstimos nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT).
Mercadante também vem insistindo na visão de que a indústria precisa retomar protagonismo junto ao banco. Como a Folha mostrou em maio, o setor retornou à liderança dos desembolsos do BNDES no primeiro trimestre, após ficar para trás na comparação com segmentos como infraestrutura e agropecuária.
No seu discurso de posse, em fevereiro, Mercadante elogiou o fato de o Brasil ser a "fazenda do mundo", em razão do potencial para produzir alimentos, mas disse que bens industriais de alto valor agregado também seriam essenciais para o desenvolvimento.
Durante o lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), na sexta (11), o presidente do BNDES fez um discurso em defesa do Estado como indutor do crescimento econômico. "Nós precisamos de mais Estado e nós viemos para isso", disse, na ocasião.
Na sequência do discurso, Mercadante defendeu a ideia de que o setor público deve facilitar a atuação do setor privado, agindo de maneira complementar, e não de modo prejudicial.
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