RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A mineradora Vale registrou lucro de R$ 13,8 bilhões no terceiro trimestre de 2023, queda de 41% em relação ao mesmo período do ano anterior, com forte impacto dos resultados financeiros da companhia e recuperação em indicadores operacionais.

É o terceiro trimestre consecutivo de queda nos lucros com o recuo dos preços do minério em relação a 2022. Em 2023, o lucro acumulado da empresa soma R$ 27,9 bilhões, queda de 63% com relação aos primeiros nove meses do ano anterior.

Nesta quinta, a companhia anunciou a distribuição de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões) em dividendos e juros sobre o capital próprio pelo desempenho do trimestre. Além disso, informou que fará um novo programa de recompra de ações, com a aquisição do equivalente a 3,5% do capital da companhia.

"Continuamos avançando significativamente em nossas prioridades estratégicas e de negócios", escreveu o presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo. "Continuaremos executando nossa estratégia para transformar a Vale em uma referência na criação e compartilhamento de valor."

A queda de lucro na comparação com o ano anterior reflete perdas não recorrentes no resultado financeiro da companhia, que ficou negativo em R$ 2,7 bilhões. Os indicadores recorrentes se assemelharam aos verificados no segundo trimestre de 2022.

A receita e o Ebita, indicador que mede a geração de caixa, ficaram praticamente estáveis, em R$ 51,9 bilhões e R$ 20,4 bilhões. O resultado financeiro, porém, saiu de R$

No terceiro trimestre, a Vale produziu menos minério do que no mesmo período do ano anterior, mas suas vendas do produto cresceram 6,6%, para 69,7 milhões de toneladas, com a colocação de estoques no mercado.

O preço médio de venda foi de US$ 105,1 por tonelada, alta de 13,5% em relação ao segundo trimestre de 2022, atribuído pela companhia a "preços de referência mais altos de minério de ferro" no mercado internacional.

A companhia também recebeu mais pelas suas vendas de cobre, que tiveram preço médio de US$ 7.731 por tonelada, aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas de cobre cresceram 4,7% no período para 73,8 mil toneladas.

Já o negócio de níquel experimentou recuo tanto em vendas, como resultado de uma parada para manutenção não programada, quanto em preço. As vendas caíram 11,5% para 39,2 mil toneladas e o preço, 2%, para US$ 21.237 por tonelada.

Em junho, a Vale vendeu 13% de sua divisão de metais básicos à saudita Manara Minerals e ao fundo americano Engine No.1 por US$ 3,4 bilhões. O objetivo, disse a companhia, é acelerar o crescimento neste setor, fundamental para a eletrificação da economia.

A mineradora brasileira vinha buscando alternativas para capitalizar essas operações, mirando investimentos em minerais usados em baterias. Com os novos sócios, a Vale Base Minerals prevê investir até US$ 30 bilhões ao longo da próxima década para produzir mais cobre e níquel.

No balanço do terceiro trimestre, a Vale informa que os gastos com a reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, somaram R$ 1,5 bilhão no trimestre. A empresa já descaracterizou 13 barragens semelhantes à que se rompeu.

A empresa diz esperar gastar ainda US$ 0,5 bilhão (R$ 2,5 bilhões) com o programa de recompra de ações em curso, que já consumiu US$ 5,5 bilhões (R$ 27,5 bilhões) na aquisição de 360 milhões de ações.


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