PETROLINA, PE (FOLHAPRESS) - Após idas e vindas com o governo, a Petrobras fechou em US$ 102 bilhões sua programação de investimentos para os próximos cinco anos, a primeira sob o novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O valor representa aumento de 31% em relação ao plano anterior.

Os aportes seguem concentrados em exploração e produção de petróleo, que receberá 73% do orçamento. Mas já trazem mudanças em relação às gestões anteriores, com ampliação em iniciativas de baixo carbono e a retomada de investimentos em petroquímica.

Do total previsto, US$ 91 bilhões serão direcionados a projetos já em implantação e outros US$ 11 bilhões, reservados para projetos ainda em avaliação. O aumento do investimento, diz a empresa, inclui potenciais aquisições e ativos que estavam em desinvestimento e voltaram para a carteira da companhia.

O plano foi alvo de embate entre a estatal e o governo, que queria priorizar projetos que gerem anúncio de empregos e oportunidades de inauguração de obras antes da próxima eleição presidencial. Esta semana, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou de diversas reuniões com Lula.

O debate sobre o plano de negócios foi visto com insatisfação por integrantes do Palácio do Planalto, que veem Prates fragilizado mas descartam a possibilidade de ele deixar o posto neste ano.

De acordo com interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há insatisfação com a gestão do ex-senador na empresa pela falta de clareza na política de preços e também por discordâncias sobre o plano de investimentos da estatal.

A empresa queria privilegiar, em sua área de renováveis, investimentos em eólicas no mar (offshore), segmento que ainda não tem regulamentação no país e levaria o menos sete anos para começar a dar resultados, segundo o próprio Prates.

No plano de negócios prevê US$ 5,2 bilhões para energias eólica e solar, mas ainda em fase de "desenvolvimento e amadurecimento". Ao todo, área de Transição Energética da companhia terá US$ 11,5 bilhões para os próximos cinco anos, o dobro do plano anterior.

Em seu negócio principal, a exploração e produção de petróleo, a Petrobras prevê aportar US$ 73 bilhões, com foco na construção de 14 novas plataformas, ampliando sua produção de 2,8 milhões para 3,2 milhões de barris de petróleo e gás.

A exploração na margem equatorial, ainda alvo de resistências ambientais, foi contemplada com US$ 3,1 bilhões. Este ano, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) autorizou dois poços nesta região. Em 2024, dará resposta sobre o mais polêmico, no litoral do Amapá.

A área de Refino e Gás Natural terá US$ 17 bilhões, com destaque para a volta à petroquímica, com a previsão de conclusão da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas (MS), projeto concebido no governo Dilma Rousseff e paralisado em 2015 com cerca de 90% das obras concluídas.

A companhia, porém, ainda não divulgou a previsão de conclusão da unidade.

Outra promessa de Lula, a construção de navios petroleiros não foi totalmente contemplada no plano. Da previsão de 25 embarcações anunciada no Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), a estatal incluiu apenas quatro licitações no plano, "além de estudos para outras embarcações".


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