RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (6) que os pedidos de financiamento do banco cresceram 94% nos primeiros onze meses do ano.
Ele participou de assinatura de contrato de empréstimo entre o BNDES e o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), mais conhecido como bando dos Brics, para projetos sustentáveis e de combate às emissões de gases do efeito estufa.
No evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o banco de fomento tenha mais recursos para fomentar o crescimento da economia. "Não pode o Tesouro ficar com um trilhão e não sei quanto, dois trilhões guardados enquanto o BNDES fica comendo pão seco sem mortadela", afirmou.
Segundo Mercadante, houve grande avanço na demanda por projetos de infraestrutura, com alta de 134%, fomentada por obras do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A carteira de financiamentos no setor "caminha para R$ 52 bilhões", afirmou.
Já o valor dos empréstimos aprovados nos primeiros onze meses de 2023 cresceu 36%, informou o presidente do banco. "Isso só foi possível com a parceria com o Ministério da Fazenda que reduziu os dividendos para 25%", afirmou.
Mercadante não informou os valores de pedidos e aprovações de financiamentos. Em setembro, quando o banco fechou seu último balanço, eram quase R$ 200 bilhões em consultas e R$ 94 bilhões em aprovações.
O presidente do BNDES agradeceu também ao TCU (Tribunal de Contas da União) contrariou a área técnica do órgão e autorizou o BNDES, que reviu o cronograma de devolução de repasses irregulares feitos pelo Tesouro Nacional em gestões anteriores do PT.
Com aval do Ministério da Fazenda, a instituição propôs o parcelamento de R$ 22,6 bilhões remanescentes em oito prestações de R$ 2,9 bilhões anuais, a serem pagas entre 2023 e 2030. "É imprescindível para seguir com os desembolsos."
Lula cobrou do banco mais agilidade na liberação de empréstimos e questionou as exigências feitas pelo banco para aprovar os financiamentos. "O BNDES não empresta dinheiro para quem não tem dinheiro, porque a exigência é tão grande que quem não tem dinheiro até desiste."
"Se o BNDES não tem dinheiro, a gente vai ter que ir conversar com o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad", afirmou. "Temos uma missão de fazer esse país voltar a crescer e, para crescer, o BNDES é uma peça importante."
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