BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - A dengue, zika e chikungunya vão tirar R$ 15,1 bilhões da economia brasileira em 2024. A projeção foi apresentada pela Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) em estudo.

Além de atingir o PIB (Produto Interno Bruno), as três arborviroses custarão a saúde, tanto na rede pública como privada, R$ 5,2 bilhões, em exames, consultas e remédios.

De acordo com o estudo, as doenças podem evitar a criação ou cortar mais de 214 mil postos de trabalho no país.

Os números da Fiemg foram apurados a partir dos dados casos confirmados e da projeção do Ministério da Saúde de que 4,2 milhões de brasileiros serão infectados por uma dessas doenças em 2024.

O país registrou nesta quinta-feira (7) 1.289.897 casos prováveis de dengue, 66.953 casos prováveis de chikungunya e 1.318 casos prováveis de zika, totalizando 1.268.218 casos prováveis das três doenças.

As contas da Fiemg para chegar ao impacto no PIB de 2024 levaram em consideração também o número de dias de afastamento de trabalhadores infectados -sete, em média, conforme a entidade- e o efeito cascata que isso provoca na economia, com base na produção individual estimada de cada empregado.

"Imagina uma padaria. Se ela produz cem pães por dia e, pela falta de funcionários provocada pelas doenças, passa a produzir 50, vai, além de deixar de vender, deixar de comprar insumos como, no caso, farinha e trigo, por exemplo, gerando impactos em toda a cadeia produtiva", afirma o economista-chefe da Fiemg, João Pio.

É exatamente este movimento, de menos vendas e menos compras, que, conforme o estudo, também vai provocar a extinção ou a não criação de um total de 214.735 empregos no país.

"É um impacto na economia como um todo", diz Pio. O economista avalia que o estudo é um alerta tanto para o poder público como para a população.

"O levantamento pode ajudar na criação de políticas públicas para o setor de saúde. No caso da população, pode ser importante para que as pessoas mantenham os cuidados necessários para evitar a proliferação do Aedes aegypti", afirma o economista da Fiemg.

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