Professores e estudantes da rede de ensino pública do estado de São Paulo realizaram uma manifestação no fim da tarde de hoje (26) reivindicando a implementação do piso nacional da categoria no estado e a revogação da reforma do ensino médio. Eles protestaram também contra a superlotação de turmas. O ato, convocado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Os docentes pedem ainda melhoria nas condições de trabalho e repudiam o fechamento de turmas.

“Esse ato é a expressão da nossa luta pela revogação da reforma do ensino médio, é a expressão da nossa luta por condições de trabalho, contra a superlotação de salas de aulas e fechamento das mesmas”, destacou a presidente da Apeoesp e deputada estadual, a professora Maria Izabel Azevedo Noronha, conhecida como Bebel.

Apesar de reivindicar a revogação da reforma do ensino médio, Bebel disse ver a decisão do governo federal - de suspender o Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio - como um passo na direção da revogação.

“A suspensão para mim é um sinal de revogação, porque no local vai ter que colocar alguma coisa. E nós estamos construindo propostas para isso. Acho que agora é aproveitar esse momento e colocar as nossas propostas”, acrescentou.

No início do mês, o ministro da Educação, Camilo Santana, suspendeu por 60 dias, a implementação do Novo Ensino Médio, reconhecendo que a reforma ocorreu sem um diálogo aprofundado com a sociedade. De acordo com o ministério, a suspensão começa a ser contada a partir do término da consulta pública promovida para a avaliação e a reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio, que ocorre até o início de junho.

A presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, avaliou de forma positiva a suspensão, mas ressaltou que o prazo é insuficiente para discutir o novo ensino médio. “A gente entende que o que era antes [da reforma, definido pela Portaria 521, de 2021] já não nos serve também. O modelo de educação brasileira, de escola pública, ainda é o mesmo de 100 anos atrás. Nós precisamos apresentar um projeto que faça sentido, que seja construído por estudantes, por professores, por quem está diariamente dentro da escola pública”, disse.    

“Mas o prazo da suspensão não é suficiente para poder falar sobre todos os problemas que a reforma do ensino médio tem, todos os problemas que ela acaba agravando, como desigualdade social, evasão escolar e a dificuldade de ingressar na universidade por conta do ENEM [Exame Nacional de Ensino Médio]”, acrescentou Beatriz.

Superlotação

A Apeoesp protesta ainda contra a redução do número de salas de aula no estado e a superlotação de turmas. A entidade sindical está fazendo um levantamento para verificar a efetivação do fechamento de classes nas escolas da rede estadual de ensino. Até ontem (25), o sindicato havia constatado o fechamento de 147 classes.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação disse que dialoga com a rede de ensino “a otimização da formação de classes com até 30 alunos, conforme a realidade local e com total garantia pedagógica do ensino aos estudantes”.  

De acordo com a pasta, as adequações na formação de turmas levam em consideração a preservação dos turnos e “medidas que evitem contingentes superiores a este número, impedindo qualquer superlotação. A Secretaria enfatiza também que as unidades escolares seguem abertas para debater com os alunos a possibilidade de adequação do atendimento às demandas e especificações necessárias”.

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Apeoesp | Educação | novo ensino médio | São Paulo | Ubes


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