Para compreender nosso jeito de agir
É muito natural que as pessoas queiram melhorar seu jeito de ser e agir, mas, insistem no argumento de que mudar é muito difícil. A grande maioria das pessoas acredita que somos vítimas de um determinismo amplamente aceito e que foi desenvolvido para explicar a natureza do ser humano. São três linhas:
1) Determinismo genético – Sou como sou por causa dos meus avós. Exemplo: Sou mal-humorado porque meus avós eram rabugentos e isso está no meu DNA. Passa de uma geração para a outra e eu herdei isso. (Isto vale para: persistência, preguiça, dinamismo, etc)
2) Determinismo psíquico – Sou como sou por causa dos meus pais. Minha educação e as experiências na infância deram forma às tendências da minha personalidade e à estrutura do meu caráter. Meus pais me fizeram decorar um “roteiro emocional”.
3) Determinismo ambiental – Sou como sou por causa do meu chefe, da minha esposa, do meu filho adolescente respondão, dos clientes difíceis que preciso atender, da situação econômica do Brasil, etc. Algo externo é responsável pela minha situação.
Entretanto, Victor Frankl (1905-1997) que era um psiquiatra, judeu e que também seguia a linha determinista, durante a Segunda Guerra Mundial, viveu como prisioneiro nos campos de concentração nazista e descobriu algo diferente até naquela época a respeito do comportamento humano. Seus pais, seu irmão e sua mulher morreram nos campos. Com exceção da irmã, sua família inteira foi exterminada. Até que um dia, nu e sozinho em um pequeno quarto, ele começou a tomar consciência de que os nazistas podiam controlar completamente a situação e o ambiente, podiam fazer o que quisessem com seu corpo, mas, somente ele poderia decidir, dentro de si, como tudo aquilo iria afetá-lo. Seriam os nazistas que determinariam quem ele seria após aquela experiência?
Victor Frankl descobriu, através de sua própria experiência de vida, que entre o estímulo externo e a nossa resposta existe a liberdade de escolha. Através desta descoberta do princípio básico da natureza humana, começou a se desenvolver o conceito de PROATIVIDADE. Nós somos responsáveis por nossas próprias vidas. Em vez de colocarem a culpa por seu comportamento em circunstâncias, as pessoas proativas procuram agir de acordo com sua escolha consciente. Por outro lado, pessoas reativas permitem que o comportamento e a fraqueza dos outros as controlem.
Grandes líderes, a exemplo de Gandhi, nos ensinaram que “é o nosso consentimento, nossa permissão para que as coisas aconteçam a nós que nos fere, muito mais que os fatos propriamente ditos”. Sendo assim, o ponto central da questão está na forma como lidamos com as coisas que nos acontecem: o engarrafamento, o cliente difícil, o chefe que pressiona...
Você está disposto a treinar ser uma pessoa mais proativa? Que tal experimentar na próxima semana prestar atenção apenas às coisas que você pode interferir de alguma forma? Você assumirá pequenos compromissos e será fiel a eles. Você assumirá o papel de modelo em vez do papel de crítico. Caso cometa um erro, procure corrigir e aprenda com ele - imediatamente.
Não insista nas falhas dos outros e não fique desculpando as suas. Caso venha à sua mente que “o problema está lá fora”, pare bem rápido. Esteja certo de que esta maneira de pensar é que é o problema.
Elizabeth Soares
Psicóloga e Coach-executiva
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