RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Tite processa o comentarista Neto por injúria. O ex-treinador da seleção apresentou uma queixa-crime na Justiça de São Paulo por declarações do ex-jogador durante o programa Os Donos da Bola, na Band, em 9 de dezembro.
As ofensas de Neto aconteceram depois da eliminação do Brasil na Copa do Mundo 2022. A informação inicial foi do GE, confirmada pelo UOL.
Os advogados de Tite pontuaram no processo que Neto chamou o técnico, em diferentes momentos, de "filho de uma p...", "desgraçado", "sem vergonha", "burro", "idiota", "imbecil" e "vagabundo".
A defesa de Tite pontuou que os termos formam um "conjunto inequívoco de ofensas, qualquer que seja o contexto em que proferidas". Ela acrescentou que elas "possuem elevado caráter pejorativo e não têm outro sentido senão o de atingir a honra" do treinador.
O caso tramita na 1ª Vara Criminal de São Paulo.
Em seu programa na Band, Neto proferiu as seguintes frases: "Acabou, vai, vai, vai, Tite filho de uma p...! Desgraçado! Eu falei que era o Neymar para bater, a culpa é do Tite, o Neymar deixou de bater o pênalti, o maior batedor de pênalti do mundo, seu sem-vergonha! Você não merece estar aí, você deveria ter deixado o Neymar bater o pênalti agora, porque não teria chance. Se o Neymar faz o gol, você teria chance do menino do Alisson pegar. E depois o Marquinhos fazer. Seu burro, burro, seu idiota, acabar com o país, o país sofredor, o país que as pessoas pagam trezentos reais por uma camisa. Você levou a família sua, você não pensa no povo, nas pessoas que estão na rua, seu idiota! Você perdeu a Copa do Mundo mais fácil!"
E continuou: "Deixa o Neymar. Faz o gol. Seu idiota, imbecil, vocês falam atenção que isso aqui não pode. Não pode o escambau!"
"(...) Quem que é o maior batedor de pênalti do mundo? Não bateu! Seu burro! Burro! Seu burro! Burro! Era o Neymar para bater, cambada de vagabundo, desgraçado!"
O QUE PODE ACONTECER
O pedido inicial dos advogados de Tite é que Neto seja enquadrado de acordo com os artigos 140 e 141 do Código Penal. A pena prevista é detenção de um a seis meses ou multa.
O valor pode ser elevado em um terço quando o crime é cometido na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, e pode ser triplicado quando divulgado em redes sociais.
A defesa de Tite citou nos autos a audiência do vídeo com as ofensas feitas por Neto no YouTube: as contas estão em 2,5 milhões de visualizações na plataforma.
"Totalizam-se -somente em reproduções via plataforma YouTube- 2.500.000 de reproduções do conteúdo injurioso, potencializando, em larga escala, o dano sofrido pelo querelante [Tite] em sua esfera de proteção da honra pessoal (dignidade e decoro)".
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