SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pela primeira vez em sua história, a seleção brasileira vai usar um uniforme preto. Em protesto contra o racismo, a equipe vai vestir esta cor no amistoso contra Guiné, no próximo dia 17, em Barcelona.
A decisão faz parte das ações tomadas pela CBF após os casos de discriminação direcionados pela torcida espanhola contra Vinicius Junior, do Real Madrid, em jogos do Campeonato Espanhol. O atacante está convocado para a partida.
O protesto será apenas durante os primeiros 45 minutos. No segundo tempo, a seleção voltará a usar o tradicional amarelo.
Segundo o UOL, os jogadores de linha vão vestir um modelo desenhado pela Nike inicialmente para os goleiros. Após o jogo, as camisas serão enviadas para autoridades da política brasileira, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma delas, assinada pelos atletas, será leiloada e o dinheiro doado para causas contra o racismo.
Três dias depois, em 20 de junho, o Brasil vai jogar contra Senegal, em Lisboa.
Vinicius Junior reclamou de ter sido insultado e chamado de "macaco" durante o jogo entre Real e Valencia, no mês passado, que chegou a ser interrompido pela arbitragem. Estes ataques levaram a Procuradoria a abrir uma investigação por "crime de ódio", categoria penal que, na Espanha, inclui crimes raciais.
Desde 2021, ele já foi vítima de dez casos de racismo no futebol espanhol.
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