SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Carlos Alcaraz, 20, pode já ter ganhado US$ 19.644.057 na carreira (R$ 94.552.739 pela cotação atual), mas continua a morar no mesmo lugar onde residia quando ainda era juvenil: um chalé de 90 metros quadrados no JC Ferrero Equelite.
Trata-se de um centro de treinamento a 30 minutos da cidade portuária de Alicante, pertencente ao seu técnico, o ex-tenista e ex-número um do mundo Juan Carlos Ferrero.
No último domingo (16), Alcaraz foi campeão do Torneio de Wimbledon ao derrotar o sérvio Novak Djokovic na final por 3 sets 2 (1/6, 7/6, 6/1, 3/6 e 6/4). Além do troféu, levou premiação de US$ 3.064.000 (R$ 14.739.065).
Quando vai para El Palmar, sua cidade natal de 24 mil habitantes, o melhor tenista do planeta fica na casa dos pais e ocupa seu quarto de criança.
"Quando ele tinha 14 anos, fizeram a oferta de enviá-lo à Academia de Tênis Bruguera, em Barcelona. Era impossível. Eu teria de pagar 80 mil pesetas [480 euros ou R$ 2.590 pela cotação atual] . Eram 40 mil da formação [240 euros ou R$ 1.295] e 40 mil para a pensão. Eu ganhava 60 mil pesetas por mês [360 euros ou R$ 1.943]", disse o avô, que também se chama Carlos Alcaraz, ao jornal El Español.
Quem ofereceu a chance foi a academia de Ferrero. Aos 16, o garoto estreou como profissional no Rio Open.
Alcaraz passou a viver no JC Ferrero Equelite, complexo com 20 quadras com todos os pisos, hotel, musculação, fisioterapia, acompanhamento psicológico e físico diário dos profissionais que trabalham na academia.
O tenista que hoje lidera o ranking ocupou um dos chalés do hotel rural construído no local, com vista para o jardim. No início, vivia em pequena habitação de 25 metros quadrados. Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, mudou-se para outra mais espaçosa, de 90 metros quadrados, com cama king size, onde viveu seu técnico Juan Carlos Ferrero, que chegou ao primeiro lugar do ranking em 2003.
Apesar de ser comparado com o compatriota Rafael Nadal e apontado como seu sucessor, Alcaraz gosta mais de pisos mais rápidos, como a grama de Wimbledon, em vez do saibro de Roland Garros. Seu outro título de Grand Slam até agora na carreira aconteceu no ano passado, no US Open, de piso duro.
Apesar da fama e da fortuna, ele já disse algumas vezes tentar levar a vida normal de um jovem de 20 anos. O que parece difícil para quem vive no mesmo local em que treina todos os dias.
Ele afirma que, quando vai à região de Múrcia, onde está El Palmar, é apenas um rapaz como outro qualquer. Gosta de sair à noite e não tem problema em consumir álcool, mas em pequenas quantidades.
Em entrevista a um canal de TV de seu país no ano passado, confessou que seus pais cuidam de tudo o que ganha. Quando deseja comprar alguma coisa, pede dinheiro a eles. Diverte-se ao lembrar que ainda tenta convencê-los a lhe dar um carro. Toda vez que diz que quer equipamentos para jogar golfe, outra de suas paixões, a resposta é não.
Ele também mantém em prática as superstições que adquiriu em torneios do circuito. Quando está vencendo, usa o mesmo chuveiro durante todo o torneio e repete a roupa.
E, se está vencendo e chegou à liderança da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), ele não vê motivos para sair do chalé onde morou seu treinador.
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