RIO DE JANEIRO, RJ (UOL-FOLHAPRESS) - Com astros do quilate de Gabigol e Bruno Henrique no banco, o técnico Tite tem a missão de controlar egos e manter o time mobilizado para conquistar mais troféus.
A aposta para não gerar ciúmes ou insatisfação generalizada é usar o diálogo. A ideia é dar um tratamento que tenta ser igualitário durante os treinos.
A comissão técnica analisa jogos e treinos e dá retorno aos jogadores, tanto de forma coletiva quanto individual.
Tite e seus auxiliares se dividem nos papos individuais e entendem que o jogador se sente prestigiado ao receber observações específicas sobre o que tem feito.
No campo, titulares e reservas fazem os mesmos treinos. Se necessário, em campos separados, mas replicando a atividade. Isso já acontecia na seleção brasileira.
Tite e sua comissão entendem que adotam um modelo transparente de trabalho e não economizam nas correções que acham necessárias.
O treinador tem como hábito cumprimentar todos os jogadores antes das partidas. Ele diz que não é para ser "bonzinho", mas para que cada um se sinta parte importante do grupo e seja comprometido.
Concorrência tira espaço
Gabigol e Bruno Henrique são os principais nomes na reserva do Flamengo hoje. Ídolos da torcida, os dois ficaram sem espaço diante do melhor momento dos companheiros.
Nem as contratações mais caras têm espaço garantido. Matias Viña teve somente uma chance como titular e Léo Ortiz também chega como reserva de Fabrício Bruno e Léo Pereira, ambos em excelente momento. O único a ter espaço é De La Cruz.
O diálogo, porém, não estanca por completo algum tipo de insatisfação pela reserva, como Gabigol já demonstrou em certos momentos.
A relação entre Tite e os jogadores gerou uma situação tratada como positiva com Matheus Cunha. O goleiro "cedeu" a vaga a Rossi. Ele seria o escolhido para o jogo diante do Madureira, mas disse ao técnico que o argentino estava perto de bater o recorde de goleiro com mais minutos sem ser vazado no século em partidas válidas por competições oficiais. Cunha também ficou fora da viagem do Flamengo para a Florida Cup e ajudou a dar sustentação ao time no começo do Carioca.
A escolha por Tite como técnico passou também pelo relacionamento com os jogadores. O treinador tem como uma das principais características o trato humano, algo que o Flamengo identificou como uma necessidade.
Em trabalhos anteriores, essa foi uma das dificuldades encontradas. Desde Jorge Jesus, o Fla colecionou problemas de relacionamento entre jogadores e comissão técnica e o estopim foi com Jorge Sampaoli. O argentino vivia praticamente isolado no dia a dia do Ninho, uma realidade que ficou no passado sob a batuta de Tite.
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