SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - De volta a uma Copa do Mundo após sua primeira e até então única participação em 1974, a seleção do Haiti tende a ser o confronto mais fácil do Brasil na fase de grupos.
O time caribenho é o 84º no ranking de seleções da Fifa (Federação Internacional de Futebol), à frente apenas da Nova Zelândia (86º) entre as já garantidas no Mundial de 2026.
A classificação do Haiti para a Copa veio em meio a um cenário de caos social em Porto Príncipe, capital do país, imposto pela violência das gangues.
Acusados de assassinato, estupro, saques e sequestros, esses grupos causaram uma grave crise humanitária no país mais pobre das Américas, já assolado por uma instabilidade política crônica.
A situação se deteriorou ainda mais desde o início de 2024, quando as gangues forçaram o então primeiro-ministro Ariel Henry a renunciar.
A seleção haitiana teve de mandar suas partidas na fase final das Eliminatórias da Concacaf na ilha de Curaçao, também classificada à Copa, após as gangues tomarem o controle do estádio Sylvio Castor, em Porto Príncipe.
Foi no Sylvio Castor que a seleção brasileira disputou amistoso contra o time da casa em agosto de 2004, no intitulado "Jogo da Paz", que tinha como como objetivo desarmar a população local.
Ronaldinho Gaúcho marcou três vezes na goleada por 6 a 0. Roger (duas vezes) e Nilmar completaram o placar a favor da seleção brasileira, comandada por Carlos Alberto Parreira.
As seleções se enfrentaram outras duas vezes na história, em abril de 1974, em amistoso em Brasília preparatório para a Copa daquele ano, com vitória brasileira por 4 a 0, gols de Paulo César Caju, Rivellino, Marinho Chagas e Edu.
Elas voltaram a se enfrentar em jogo da fase de grupos da Copa América de 2016, em Orlando, nos Estados Unidos. Dessa vez a seleção brasileira triunfou por 7 a 1. Philippe Coutinho marcou três, com Renato Augusto marcando outros dois. Gabigol e Lucas Lima completaram o placar para o Brasil.
No caminho das classificatórias da Concacaf, o Haiti passou em segundo na primeira fase de grupos, atrás de Curaçao, com três vitórias -contra Santa Lúcia, Barbados e Aruba-- e uma derrota para Curaçao.
Na segunda fase de grupos, terminou em primeiro, à frente de Honduras, Costa Rica e Nicarágua, com três vitórias, dois empates e apenas uma derrota.
Na edição de 1974, a seleção haitiana não conseguiu nenhuma vitória, com derrotas para Itália (3 x 1), Polônia (7 x 0) e Argentina (4 x 1).
Raio-X
País: Haiti
Federação: Concacaf (Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe)
Destaque: Duckens Nazon, 31, atacante
Participações na Copa: 1 - melhor posição: 15º, em 1974
Desempenho nas Eliminatórias: 66,6% (6V, 2E, 2D)