SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Demorou para o Brasil, cabeça de chave do Grupo C da Copa do Mundo de 2026, saber o adversário final na primeira fase, devido às restrições do regulamento do sorteio.

Quando soube, o resultado foi satisfatório. O nome da Escócia evitava um confronto com a Noruega, a seleção mais temida do pote 3, pois tem o superartilheiro Erling Haaland, que acabou no caminho da França.

Aaron Judge, astro de beisebol do New York Yankees e um dos sorteadores no evento em Washington (EUA), abriu, antes da bolinha da Escócia, a do Paraguai (vetado por ser do mesmo continente do Brasil), da Costa do Marfim, da Tunísia e do Egito (vetados porque outro africano, Marrocos, já tinha sido sorteado via pote 2 para o Grupo C).

Não seria boa notícia para a seleção de Carlo Ancelotti ter no grupo os noruegueses, nunca derrotados (em quatro jogos) pelo Brasil, somados aos marroquinos, uma das seleções mais fortes da África e semifinalista da Copa de 2022, no Qatar.

Depois da bem-vinda Escócia, ainda apareceu o Haiti (pote 4), segundo oponente na Copa que começa em junho de 2026, esse uma grande moleza, candidato a levar goleada.

Sobre os escoceses, que em Copas do Mundo, oito até agora (a primeira em 1954, a última em 1998), nunca passaram da primeira fase, eles são, conforme um dos jargões futebolísticos, grandes fregueses do Brasil, seja em Mundial ou fora dele.

A seleção brasileira, em dez confrontos (o primeiro em 1966, o último em 2011), jamais perdeu da Escócia: oito vitórias e dois empates, sendo que, nos seis encontros mais recentes, 100% de êxito para o Brasil.

Em Copas, o Brasil duelo com a Escócia quatro vezes: na Alemanha, em 1974 (0 a 0, sob o comando de Zagallo, no segundo jogo); na Espanha, em 1982 (4 a 1, de virada, com gols de Zico, Oscar, Éder e Falcão, sob o comando de Telê Santana, de novo no segundo jogo); na Itália, em 1990 (1 a 0, gol de Müller, como agora na terceira partida, sob o comando de Sebastião Lazaroni), e na França, em 1998 (2 a 1, na estreia, novamente sob o comando de Zagallo, gols de César Sampaio e contra, de Boyd).

Nas Eliminatórias europeias, a Escócia, no jogo derradeiro e decisivo, bastante emocionante, derrotou no Hampden Park, em Glasgow, a Dinamarca por 4 a 2, com direito a golaço de bicicleta de Scott McTominay e gol raro, de antes do meio-campo, de Kenny McLean.

Era a volta ao Mundial depois de 26 anos, para delírio de seus fãs, entre os mais fanáticos, e beberrões, do planeta.

Estrela da seleção escocesa, Scott McTominay dá uma linda bicicleta e marca contra a Dinamarca no jogo que classificou seu país para a Copa de 2026 Russell Cheyne - 18.nov.25 Reuters Jogador de azul, que é o escocês Scott McTominay, realiza chute de bicicleta próximo ao gol enquanto dois adversários de vermelho tentam bloquear. Rede do gol e público ao fundo visíveis.

O meio-campista McTominay, 28 é o principal nome do time. Descartado pelo Manchester United, brilha desde o ano passado no Napoli. Comandou a equipe do sul da Itália ao título nacional na temporada 2024/2025 e foi escolhido o melhor jogador do campeonato.

Seu capitão é o lateral esquerdo Andy Robertson, 31, do Liverpool, e o treinador, desde 2019, Steve Clarke, 62, que foi assistente do português José Mourinho no Chelsea na década inicial deste século.

RAIO-X

País: Escócia

Federação: Uefa (União das Associações Europeias de Futebol)

Destaque: Scott McTominay, 28, meia

Participações na Copa: 8

Melhor posição: fase de grupos, em 1954, 1958, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990 e 1998

Desempenho nas Eliminatórias: 72% (4V, 1E, 1D)